Os
morcegos, além de emitirem constantemente sons de ecolocalização, também
produzem outros tipos de sons, entre os quais sons de caça designados de “feeding buzz” e sons de socialização
designados de “social calls”.
Os
chamamentos sociais são sons complexos, que normalmente são emitidos dentro dos
abrigos durante o dia, contudo, também podem ser emitidos em voo durante a
noite em área de alimentação ou passagem ou quando estão a repousar. A
finalidade destes chamamentos é muito diversa e a ainda não esta totalmente compreendida,
mas podem representar comunicação entre jovens e adultos, cortejamento,
marcação de território ou simplesmente vocalizações agnósticas.
Tendo
em conta a especificidade das vocalizações das diferentes espécies de pipistrellus que ocorrem no nosso território
(P. kuhlii, P. pipistrellus e P.
pygmaeus) a sua identificação pode ser condicionada pela sobreposição de
frequências de emissão.
Limites mínimos e máximos da frequência máxima de emergia (FMaxE) dos pulsos de navegação dos
3 pipistrellus.
A presença de chamamentos pode ajudar na identificação das
espécies com mais segurança. Assim se tivermos um chamamento constituído por
dois a cinco pulsos com FMaxE entre 14 e 17kHz e uma frequência final inferior
a 13kHz, estaremos muito provavelmente na presença de um Pipistrellus kuhlii.
A confirmação de Pipistrellus
pipistrellus poderá ser muito provável pela identificação de chamamentos sociais
constituídos por dois a cinco pulsos com FMaxE entre 17 e 20kHz e uma frequência
inicial situada entre 24 e 34kHz.
Já no caso do Pipistrellus
pygmaeus, a presença de chamamentos sociais constituídos por dois a cinco pulsos
com FMaxE entre 19 e 22kHz e uma Frequência inicial superior a 34kHz, poderá
confirmar a sua identificação com alguma segurança.
È claro que, como em tudo na natureza, nada é exato e há sempre
aqueles decidem fazer coisas fora do normal e estranhas só para nos chatearem…
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