domingo, 20 de dezembro de 2015

Medição do antebraço, ajuda ou não?

Uma das principais medições que recolhemos no estudo de morcegos é o comprimento do antebraço (medição entre o cotovelo e o pulso), esta medição, além ser fácil de recolher é uma medição “standard” que minimiza os erros de leitura e medidores. Na identificação de morcegos, a medição do antebraço é de extrema utilidade, pois permiti-nos situar um morcego num conjunto restrito de espécies possíveis. De tal forma, que a primeira “cábula” que fiz (em 2003) para levar para o campo quando foi um gráfico síntese das medições dos antebraços dos morcegos.

Como já referido em outros post (aqui, aqui, aqui, aqui ou aqui), a identificação dos morcegos não é feita apenas numa característica mais sim num conjunto de características, medições e às vezes até de comportamentos. Relativamente à medição do antebraço, pode em alguns casos ser a característica principal distintivas das espécies do mesmo género, como por exemplo a distinção das 3 espécies que temos de Nyctalus, nas quais a medição dos antebraços do N. leisleri (39,3-45,5mm), N. noctula (48,1-55,3) e N. lasiopterus (64,1-67,9), não se sobrepões e são perfeitamente discriminatórias. Embora o P. austricus tendencialmente seja maior que o P. auritus a variação interespecífica é grande, pelo que as medições dos antebraços neste género (Plecotus) sobrepõem-se, não sendo uma característica discriminatória
Frequência dos tamanho dos antebraços dos Plecotus
Variabilidadedos do tamanho dos antebraços nos Plecotus 

Tal como ma maioria das espécies da família dos Vespertilionidae, as duas espécies de Plecotus que temos no nosso território Continental apresentam um dimorfismo sexual bem evidente, apresentado fêmeas maiores e mais robustas que os machos. Contudo, a particularidade entre estas duas espécies é que variabilidade morfológica interespecífica sexual é contrária. Ou seja, enquanto que no Plecotus auritus a fêmea apresenta uma variabilidade morfológicas maior, no caso do Plecotus austriacus essa variabilidade é maior no macho.
Plecotus auritus
 Variabilidade do antebraço no Plecotus auritus

Plecotus austriacus
                                               Variabilidade do antebraço no Plecotus austriacus

P. S.: Os dados apresentados referem-se apenas a indivíduos capturados em Portugal. Constituídos por medições de 28♂♂:31♀♀ Plecotus auritus e 40♂♂:37♀♀.Plecotus austriacus.

domingo, 6 de dezembro de 2015

O ângulo dos Myotis “pequenos”

À exceção de um número restrito de espécies (talvez o Hypsugo savii, Barbastella barbastellus, Miniopterus schreibersii e do Tadarida teniotis) que poderão ser identificados apenas por uma característica morfológica, as restantes espécies que temos no nosso Território Continental, devido a sua similitude com uma ou várias espécies, requerem uma atenção mais cuidada e têm que ser identificadas através da combinação de várias características e por vezes comportamento. Esta identificação torna-se mais difícil na época de hibernação, quando por vezes, a única coisa que vimos é um pedaço de nariz, orelha, uma forma coberta de gotículas ou um morcego a vários metros de altura. Além do que nesta época especifica, a perturbação deve ser mínima, pelo que a permanência num abrigo e a utilização de luz e flash dever a restringida ao estritamente necessário.
 Myotis daubnetonii

 Plecotus austriacus

 Myotis daubentonii

Myotis emarginatus

Tal como tudo na vida, a preparação antecipada é vital para o sucesso, assim, estando-se a aproximar a época de monitorização de inverno, o pó dos guias de identificação morfológica e toda a informação sobre a identificação de morcegos deve ser revista, para que na altura certa estejamos preparados para a identificação "daquele bicho".
Em particular, os Myotis mais pequenos são os mais “chatos” de identificar, quantas vezes, não escrevemos na ficha de campo: “Myotis pequeno” ou “Myotis sp”. Deste grupo os mais comum em abrigos subterrâneos no nosso País são os Myotis emarginatus, daubentonii e escalerai. Assim deixo aqui uma característica morfológica que poderá contribuir e ou ajudar na sua identificação, consistindo no ângulo formado entre as orelhas tendo como vértice a ponta do nariz. 
De cima para baixo: Myotis emarginatus, Myotis daubentonii e Myotis escalerai

sábado, 21 de novembro de 2015

Foto resumo: morcegos 2015

Rio Tinhela

Serra do Alvão











Serra de Montesinho
















Serra do Marão


Vila Real (cidade)



Serra do Gerês


Serra da Cabreira


Serra de S. Bento









Serra da Estrela







Serra do Marão

















Galiza (Espanha)









Astúrias (Espanha)