sábado, 9 de janeiro de 2016

Andorinhão-preto porque são especiais?

Foto de: Keta (Own work), via Wikimedia Commons

Devido ao seu comportamento, anatomia e fisiologia, o andorinhão-preto (Apus apus) é uma das espécies mais interessantes e incomuns da nossa avifauna. Esta ave em condições climatéricas extrema de frio e na falta de recursos alimentares têm a capacidade de entrar em torpor (um estado fisiológico parecido ao da hibernação só que de curta duração), os adultos podem entrar em torpor durante dois dias e os juvenis até cinco.
O Andorinhão-preto, é umas das aves mais rápidas da Europa pode atingir os 220km/h, com a particularidade de que as velocidades máximas são atingidas quando voam em colónia sobre os locais de criação. Apenas ultrapassado pelo falção-peregrino, adorinhão-real e o subbuteo, que podem atingir os 350, 250 e 240 Km/h, respectivamente.
Outras particularidade extraordinária dos Andorinhões é que conseguem voar durante longos períodos de tempo sem pousar. A capacidade de voo destas aves é de tal ordem desenvolvida que são capazes de comer, beber, acasalar e até mesmo dormir, sim estas aves dormem durante o voo elevam-se até aos 2000 metros de altitude e dormem enquanto planam. Esta aves apenas pousam para criar, e como criam apenas ao 3º ou 4º ano de idade, durante este período de tempo apenas pousam alguas vezes durante poucos  segundos para inspeccionar possíveis locais para nidificação.
A localização dos ninhos dos andorinhões é criteriosamente escolhida, preferem locais altos tendencialmente em edifícios, com pelo menos 3-4 metros de altura, onde cria debaixo das telhas, nas calhas ou em buracos de paredes. Como os seus pés não estão adaptados para caminhar têm que ter espaço aberto na frente dos seus ninhos, para poderem entrar nos seus ninhos, pousamos na sua entrada ou voando directamente para dentro dos buracos.
Muitas vezes confundidos, os andorinhões não são da mesma família das andorinhas, pois os andorinhões pertencem à família dos Apodidae e as andorinhas à Hirundinidae. Sendo que os seus parentes mais próximos são os colibris (beija-flores).
Apenas os andorinhões adultos e saudáveis é que são capazes de levantar voo do chão, visto que as suas longas asas e patas curtas, limitam estes simples ato para a maioria das aves. Tal como em muitas espécies de aves, a queda de juvenis dos ninhos é frequente, na impossibilidade de recolocar os juvenis nos seus ninhos, devem ser entregues em locais apropriados (SPENA; ICNF ou centros de recuperação), visto que têm uma dieta muito especializadas, baseada em insectos voadores, caso sejam alimentados com outro tipo de alimento as suas penas poderão crescer deformadas ou acabar por caírem após alguma semanas.
Foto de: Andreia Dias. Andorinhão juvenil recuperado