sábado, 2 de abril de 2011

O mundo das Borboletas

Os invertebrados são um dos grupos que menos atenção tem recebido no campo da conservação. Entre estes, os insectos, provavelmente sejam os que mais importância têm no funcionamento dos ecossistemas, e a ordem mais numerosa a nível mundial é a dos Lepidópteros, com cerca de 165 mil espécies conhecidas até ao momento.

As borboletas, com os demais seres vivos, tem sofrido transformações por processos de especialização definidos pelos diferentes ecossistemas, as espécies com as quais coabitam e a maneira de se defenderem dos predadores, sendo esta ultima, a razão principal das alterações evolutivas. Os meios de defesa das borboletas são passivos, em que a sua defesa não é realizada por meio de ataques mas sim por meio de sinais, características morfológicas e de comportamento que repulsam ou enganam os seus predadores. O mimetismo é um método de defesa no qual um indivíduo de uma espécie se assemelha a outra ou outras, difere da camuflagem, o qual ocorre quando uma espécie se assemelha a algo (objecto) não apetecível pelo predador. Estes fenómenos apenas ocorrem na natureza quando uma espécie tem o tempo suficiente para se adaptar a uma região e às espécies que nela coabitam.

Existem diversos tipos de mimetismo: mimetismo mülleriano, mimetismo batesiano e complexos miméticos, de seguida são resumidos alguns aspectos importantes sobre os mecanismos de defesa das borboletas baseados na sua coloração.
Coloração críptica: as borboletas com este tipo de coloração, adoptam um aspecto do fundo da envolvência do seu habitat, que não interessa aos predadores para procurar alimento. Entre estas borboletas são comuns as cores pardas, amareladas, cinzas ou esverdeadas.
Coloração aposemática: é um sinal de advertência para os predadores, pois as borboletas que as possuem são geralmente de sabores desagradáveis ou tóxicos. As cores que predominam nas espécies com este tipo de coloração são o preto, vermelho e amarelo. O objectivo desta coloração é fazer com que os predadores relacionem a cor com o mau sabor, adquirida pela experiência desagradável, evitando assim comer espécies com o mesmo padrão de coloração.
Mimestismo: O mimetismo ocorre quando uma espécie possui uma coloração similar a outra com a finalidade de advertir ou enganar os predadores, dependendo disto, o mimetismo pode ser mimetismo batesiano ou mimetismo mülleriano.
Mimetismo batesiano: Foi descoberto por Henry W. Ba-tes en 1862 na floresta do Brazil. Consiste em borboletas terem a capacidade de imitarem quase na perfeição espécie de borboletas não comestíveis. As espécies imitadoras são denominadas de cópias e as imitadas são denominadas de modelos. Neste tipo de mimetismo as cópias obtêm vantagens da experiência desagradável que os predadores tiveram com as espécies modelo, contudo a espécie modelo tem desvantagem pela presença de cópias, visto que estas aumentam a probabilidade de um predador comer uma cópia e que a associação entre aposematismo e impalatabilidade seja destruída.
Mimetismo mülleriano: Foi denominado pela primeira vez pela Alemã Fritz Müller em 1881, quando descobriu que diferentes espécies com colorações aposemáticas e não comestíveis que vivem numa determinada região, se copiam reciprocamente de modo a que o seu aspecto exterior convirja a um número reduzido de padrões e cores.

Ficam aqui alguns registos fotográficos deste grupo que tenho feito pelo Norte de Portugal.

Argynnis Pandora
 

Argynnis paphia

Brintesia circe

Cerula iberica

Chondrostega vandalicia

Colias croceus

Euphydryas aurinia

Euplagia quadripunctaria

Eurranthis plummistaria

Glaucopsyche alexis

Gonepteryx rhamni
 

Hipparchia statilinus

Inachis io

Iphiclides feisthamelii

Issoria lathonia

Limenitis camilla

Maniola jurtina

Melanargia lachesis

Melanargia russiae

Melitaea deione

Nymphalis polychloros

Orgyia antiqua

Pieris napi

Polygonia c-album

Polyommatus icarus

Pontia daplidice

Psilogaster loti

Pyronia bathseba

Pyronia Cecília

Pyronia tithonus

Sartyrium esculi

Saturna pavonia

Scoliopteryx libatrix

Vanessa cardui

8 comentários:

Xosé Ramón Reigada disse...

Muito boas fotografias, belos registros
Saúdos

Paulo Barros disse...

Ola Ramón,
Gracias, haber si nos encontramos por el campo en la zona rayana un de estos días.
Apertas,

Xosé Ramón Reigada disse...

Quando queirades, só é avisar com tempo para combinar e ja nos vemos, se callar no próximo dia de campo que fagades pela zona de Chaves...
Saúdos

Eduardo Marabuto disse...

Muito interessante este post, optimo trabalho de registo!
Contudo, tenho rectificações nas id's:
Cerura vinula: é uma lagarta de Cerura iberica.
Hipparchia alcyone: é uma Maniola jurtina
Limenitis reducta: é a muito mais rara L. camilla, onde foi vista?
Pieris brassicae: é uma Pieris napi.

Paulo Barros disse...

Olá Eduardo,

Obrigado pela correcções (já as corrigi no post), relativamente à Limenitis foi fotografa no Gerês.

Um abraço

João Gaiola disse...

Excelente post e excelentes registos fotográfico, Paulo.
Boa continuação.
Abraço

Marco Fachada disse...

Mais um belo artigo! De facto, é tempo delas!
1 abr

costacrist@hotmail.com disse...

óptimas fotos, Paulo. Obrigada por as partilhares connosco. Continuação de Bom trabalho
Cristina

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