terça-feira, 25 de dezembro de 2012

"A sorte dá trabalho"


Polygonia c-album alimentamdo-se de necter de um cardo

Um dia estava a passear no campo e encontrei um pequeno grupo de borboletas (Polygonia c-album) que andava a voar, decidi tirar uns registos fotográficos das borboletas. Então fui montar o tripé junto a umas flores que estavam mais ou menos a dez metros de onde andavam a voar as borboletas. Espantada, uma amiga minha perguntou . porque é que estás a colocar o tripé aqui se as borboletas estão a voar a dez metros! Eu respondi, daqui a 5 minutos vais ver, pois eu sabia que as borboletas naquela zona se alimentam preferencialmente de uma flor específica de cardo.
Realmente tive sorte em tirar uma foto a esta borboleta, mas citando o meu amigo Henrique “a sorte dá trabalho”
A Polygonia c-album, é um ninfalídeo caracterizada por ter asas muito recortadas e mais escuras na face inferior do que nas face superior, mas a sua principal características é o “C” branco (daí seu nome científico c-album) que têm no centro da face inferior das asas posteriores. O seu habitat é preferencial é constituído por clareiras de bosques e zonas húmidas da maior parte das zonas de clima temperados, desde os nível do mar até aos 2000 m de altitude. Pode ser observada de Março a Outubro e normalmente tem duas gerações por ano, uma que nasce em Maio-Junho e outra em Julho-Agosto, contudo em zonas mais fria esta espécie pode ter uma geração e em zonas mais quente ter três.
A coloração críptica serve para se camuflar nos ambientes escuros em que hiberna. A coloração mais escura das faces inferiores das asas é influenciada pelo fotoperíodo no desenvolvimento larval e de pupa. Durante a fase larval alimentam-se essencialmente de urtigas (Urtca sp.), salgueiros (salix sp.), lúpulo (Humulus sp.), ulmeiro (Ulmus sp.) e aveleiras (Corylus sp.).
Os machos são territoriais e procuram locais estratégicos de onde possam vigiar as fêmeas, estas, são capazes de depositar até 275 ovos esféricos e verdes que passam desapercebidos nas folhas de urtigas. A coloração dos ovos passa de verde a amarelo e finalmente a cinzento ao longo da sua incubação que é de 2 a 3 semanas em função da temperatura.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Rhinolophus hipposideros o morcego anti-social




Contrariamente aos seus congéneres (ferrumequinum, euryale e mehelyi), o Rhinolophus hipposideros, normalmente em época de cria não comparte os refúgios com nenhuma outra espécie. Mesmo no Inverno, embora partilhe abrigo com outras espécies, a sua característica de solitário é bem visível. O morcego-de-ferradura-pequeno hiberna isolado, distanciando-se entre si por vários metros.


O Rhinolophus hipposideros é o mais pequeno dos rinólofos da região Paleártica e é das poucas espécies de morcegos da nossa fauna que têm dimorfismo sexual, sendo os machos ligeiramente maiores que as fêmeas. Os apêndices nasais dos morcegos-de-ferradura permitem a distinção entre as várias espécies do mesmo género, o morcego-de-ferradura-pequeno apresenta uma sela estreita, com as bordaduras retas e convergente para cima e a projeção conectiva é arredondada.



Esta espécie, em estado de repouso, envolve-se sempre totalmente com as membranas alares.