quinta-feira, 30 de abril de 2015

Chave dicotómica de larvas de anfíbios

1a – Brânquias externas durante todo o período larvar. Larva com as quatro patas de tamanho semelhante ou com as patas anteriores (braços) maiores que as posteriores (pernas) nas primeiras fases do desenvolvimento larvar (2)
1b – Sem brânquias externas. Pernas surgem primeiro e são maiores que os braços (7)

2a – Início da membrana caudal próximo da base das pernas (3)
2b – Início da membrana caudal logo atrás da cabeça (4)

3a – Início da membrana caudal a meio das costas. Mancha clara na base e cada perna - Salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra)
3b – Membrana caudal apenas na cauda. Ausência de mancha clara na base de cada perna - Salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica)
Salamandra salamandra

4a – Dedos curtos, crista baixa, cor sem grandes manchas escuras (5)
4b – Dedos muito compridos e finos (exceto no final da fase larvar). Crista alta com manchas escuras, cor de fundo geralmente esverdeado - Tritão-marmorado (Triturus marmoratus)

Triturus marmoratus

5a – Dedos curtos, cabeça robusta, branquias muito desenvolvidas, crista baixa, cor sem grandes manchas escuras - Salamandra-dos-poços (Pleurodeles waltl)
5b – Larvas até 40 mm, sem as características anteriores (6)

6a – Risca escura passando pelas narinas e pelos olhos formando uma “mascarilha”, cauda estreitando progressivamente até à ponta sem formar um filamento na ponta - Tritão-palmado (Lissotriton helveticus)
6b – Sem risca escura formando “mascarilha”, membrana caudal apenas se torna estreita próxima da ponta, terminando num pequeno filamento - Tritão-de-ventre-laranja (Lissotriton boscai)
Lissotriton boscai

7a – Espiráculo situado no flanco esquerdo do corpo (8)
7b – Espiráculo na região ventral (15)

8a – Desenho da cauda composto por um denso reticulado de finas linhas escuras cruzadas. Duas fileiras longitudinais de pontos claros em cada lado do dorso - Sapinho-de-verrugas-verdes (Pelodytes punctatus / P. ibericus)
8b – Sem as características anteriores (9)

9a – Olhos situados em posição lateral, correspondendo à parte mais larga da cabeça. Membrana caudal inicia-se próximo dos olhos, muito desenvolvida e de ângulos muito convexos (10)
9b – Olhos situados em posição dorsal. Membrana caudal inicia-se próximo do início da cauda e de forma aproximada à do músculo (12)

10a – Larva grande (até 90 mm) com músculo da cauda simétrico e estrutura bucal com bico negro muito grande e com numerosas séries de dentículos - Sapo-de-unha-negra (Pelobates cultripes)
10b – Larva sem as características anteriores (11)

11a – Metade superior da região muscular da cauda com uma larga banda longitudinal escura ou com duas linhas escuras que se fundem no início – Rela (Hyla arborea)
11b - Metade superior da região muscular da cauda com duas linhas escuras finas, uma da região superior e outra na região central, separadas uma banda clara – Hyla meridional (Hyla meridionalis)
Hyla arborea

12a – Membrana dorsal começa no início da cauda é baixa e termina com ponta arredondada. Larva pequena (até 35 mm) escura ou negra (13)
12b – Larva até 70 mm. A cauda (quando intacta) representa mais de 2/3 do comprimento total. Membrana caudal inicia-se na parte final do tronco e tem a ponta afunilada (14)

13a – Distância entre olhos semelhante à largura da boca - Sapo-comum (Bufo bufo)
13b – Distância entre olhos maior que a largura da boca - Sapo-corredor (Epidalea calamita)

14a – Larva com coloração variável, (de castanho escuro a verde claro) com o ventre branco. Mancha escura na zona central do músculo da cauda, ponta da cauda comprida e afilada - Rã-verde (Pelophylax perezi)
14b – Larva frequentemente escura, nunca esverdeada. Ventre escuro e transparente, deixando ver os intestinos. Membrana caudal alta, com manchas claras. Habitats de água corrente - Rã-ibérica (Rana iberica)

15a – Larva esbelta de pequenas dimensões (até 35 mm) sem manchas contrastantes na membrana da cauda - Rã-de-focinho-pontiagudo (Discoglossus galganoi)
15b – Larva de tamanho médio-grande, geralmente com manchas contrastantes na membrana da cauda (16)

16a – Região muscular da cauda sem manchas ou com manchas muito pequenas - Sapo-parteiro-comum (Alytes obstetricans)

16b – Região muscular da cauda com duas manchas escuras paralelas que podem ou não tocar-se - Sapo-parteiro-ibérico (Alytes cisternasii)
Alytes cisternasii

Alytes obstetricans

sábado, 18 de abril de 2015

Chamamentos sociais de morcego-arborícola-grande (Nyctalus noctula)


Nyctalus noctula

Foi recentemente publicado um artigo intitulado de “First records of Nyctalus noctula social calls in Portugal”, do qual deixo aqui o resumo.


Resumo: O morcego-arborícola-grande (Nyctalus noctula) é um dos maiores e rápidos morcegos migradores do paleártico. A sus distribuição estende-se em longitude desde da Península Ibérica até ao Japão e latitudinalmente desde do Norte de Africa até ao Sul da Escandinávia. Contudo, no Sudoeste da sua distribuição, as colónias de criação são escassas e esporádicas. Esta nota, apresenta os primeiros registos de chamamentos sociais registados em Portugal. De facto, dois tipos de chamamentos sociais do N. noctula (C1 and D1) que são usualmente associados a abrigos de acasalamento foram registados e identificados no vale do Rio Sabor, no Norte de Portugal. Portanto, estes novos dados podem contribuir para melhora e aumentar o conhecimento de locais potências de acasalamento, swarming e hibernação, assim como a época de acasalamento e comportamento deste espécie migradora.

O artigo identificou 3 tipos de chamamentos sociais, em que, dois dos quais já tinham sido referenciados por outros autores anteriormente, como é o caso deste, descrito por Guido Pfalzer em 2002 na sua tese de doutoramento .
 Chamamento social do tipo D

Ou este ainda não descrito.

Quem estiver mais interessado pode descarregar e ler o artigo completo AQUI