sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

"dormindo"

 Esta é uma época em que os morcegos passam grandes do seu tempo a "dormir", o seu estado facilita a sua observação/contagem e identificação.

Rhinolophus ferrumequinum

 Rhinolophus ferrumequinum

 Rhinolophus ferrumequinum

Rhinolophus hipposideros
 Barbastella barbastellus

  
 Barbastella barbastellus

 
 Myotis blythii

 Myotis blythii

 Myotis blythii

 Myotis blythii

 Myotis blythii

 Myotis emarginatus

sábado, 7 de janeiro de 2012

Nyctalus noctula

Embora o Morcego-arboricola-grande seja uma espécie classificada com Informação insuficiente (DD), muito provavelmente será uma das espécies mais raras de Portugal e mesmo da Península Ibérica. É uma espécie predominantemente florestal, no verão refugia-se sobretudo em cavidades de árvores antigas, mas pode também ocupar edifícios. Durante o Inverno utiliza estes abrigos assim como fendas rochosas. Os palácios do Real Alcázar de Sevilha, na Espanha, são algumas das residências reais mais antigas do mundo. É nas árvores dos jardins desse local que dezenas de morcegos da espécie arborícola-grande (Nyctalus noctula), encontraram um habitat seguro para viver.
Identificação:
O Nyctalus noctula é um morcego de tamanho grande (podendo atingir 40 cm de envergadura), robusto com cabeça grande e aplanada e orelhas largas, curtas e arredondadas, o trago, com nas restantes espécie do género são em forma de rim. O focinho é curto e largo, quando abre a boca é possível observar duas grandes glândulas brancas (parótidas) na parte interna da bochecha. Com olhos muito visíveis, redondos e negros. Tem pêlo denso, brilhante relativamente longo e unicolor, de coloração castanho-avermelhado-dourado. No machos os pêlos do pescoço, são particularmente longos, fazendo lembrar as jubas do leões eriçando-se quando agitados. As áreas desprovidas de pêlo são pretas ou castanhas, as asas são muito longas com pelos castanhos na parte inferior. Os machos na época do cio libertam um odor intenso e característico almiscarado.
Espécies similares:
A forma do trago é única no seu género e dentro deste o tamanho do antebraço é uma característica que permite distinguir perfeitamente as diferentes espécies (Nyctalus lasiopterus, noctula e leisleri).
Ecolocalização:
É provavelmente a espécie mais ruidosa dos quirópteros Ibéricos, tanto pela intensidade dos seus sons como pela variedade do seu reportório. Em voo emite dois tipos de ultra-sons muito potentes, que começam em frequência modulada e finalizam em frequência constante: Uns começam a 45 kHz e acabam a 23-24 kHz; outros mais duradouros e constantes, começam a 25 kHz e finalizam a 20-19 kHz. Estes últimos podem ser confundidos com os de Nyctalus lasiopterus. Tanto os machos como as fêmeas podem emitir sons muito variáveis, de carácter social, em voo ou mesmo nos refúgios, alguns destes sons são perfeitamente audíveis ao ouvido humano. Os machos são especialmente barulhentos no outono, durante as noites, emitindo sons audíveis (de 11 a 15 hKz).
Distribuição:
Esta espécie encontra-se em grande parte da Europa e Ásia, estendendo-se para a Sibéria, China, Norte do Vietname e Taiwan. Também foi referenciado em África. Trata-se de uma espécie praticamente desconhecida em Portugal. Até á pouco tempo atrás, o único registo no país era de um exemplar do Museu Bocage capturado em Pavia, contudo recentes estudos têm confirmado a sua presença em Portugal.
Habitat:
Como já foi referido é uma espécie florestal, que costuma refugiar-se em buracos de folhosas, produzidos por nós apodrecidos ou buracos feitos por picídeos, contudo também é possível encontra esta espécie em caixas abrigo ou em fendas de muros, edifícios, ponte ou afloramentos rochosos. Os poucos abrigos conhecidos na Península Ibérica limitam-se a árvores: castanheiros da índia, plátanos, freixos, choupos, além de um ou outro buraco de parede. O exemplar fotografado foi encontrado num buraco de um túnel.
Reprodução:
O desenvolvimento embrionário dura entre 70 e 73 dias, os partos (normalmente de gémeos), produzem-se entre finais de Junho e Julho, os ficam independente às seis semanas de vida. O cio começa no final de Agosto, a partir deste mês, os machos ocupam os refúgios individuais (que até ao momento podiam ser refúgios coloniais) até pelo menos à primeira quinzena de Novembro. Durante este período, os machos têm um comportamento muito territorial, defendendo o seu território ao mesmo tempo que atraem as fêmeas com a emissão de chamamentos sociais potentes do interior dos abrigos. No sul da Europa as cópulas produzem-se entre fêmeas migradoras e machos sedentários.
Alimentação:
É um típico caçador aéreo, que persegue captura as suas presas em voo, contudo ocasionalmente pode capturar presas no solo. A sua dieta é constituída principalmente por dípteros, coleópteros, tricópteros e lepidópteros.
Mobilidade:
O morcegos-arborícolas-grandes são parcialmente migradores, no final do verão, as colónias desagregam-se e as fêmeas deslocam-se para sul percorrendo por vezes várias centenas de quilómetros. Na Escandinávia e Dinamarca foram observados bandos de 500 a 1000 indivíduos, migrando mesmo em pleno luz do dia.
Medidas de conservação:
Conservação das áreas naturais ou artificiais (parques, avenidas, jardins, etc…) de folhosas com árvores velhas ou com cavidades.
Dimensões:
Tem um comprimento de antebraço (FA) que varia entre 46,0- 58,0 mm e tem um peso de 18-40 g. Podendo atingir os 40 cm de envergadura.
Estatuto de conservação:
Esta espécie de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal é classificada como “Informação insuficiente” (DD), não existindo até à data informação adequada para avaliar o risco de extinção, nomeadamente quanto à redução do tamanho da população e à tendência de declínio. Esta espécie encontra-se no Anexo BIV da Directiva Habitat, sendo de interesse comunitário, cuja conservação exige protecção rigorosa. Encontrado-se ainda incluída nos anexos II da Convenção de Berna e Bona.
Referências e Sites:
Alcalde, J. T. (1999). New ecological data on the noctule bat (Nyctalus noctula Schreber, 1774) (Chiroptera, Vespertilionidae) in two towns of Spain . Mammalia, 63: 273-280.
Alcalde, J. T. (2006). Conservación de las colonias españolas de nóctulo mediano. Quercus, 247: 24-30.
Alcalde, J. T. (2007). Nyctalus noctula (Schreber, 1774). Pp. 228-232. En: Palomo, L. J., Gisbert, J., Blanco, J. C. (Eds.). Atlas y libro rojo de los mamíferos de España. Dirección General para la Biodiversidad-SECEM-SECEMU, Madrid. 586 pp.
Dietz, C., O. V. Helversen & D. Nill (2009). Bats of Britain, Europe & Northwest Africa. A & C Black Publishers Ltd.
Gebhard, J. (1984). Nyctalus noctula - Beobachtungen an einem Traditionellen Winterquartier im Fels. Myotis, 21-22: 163-170.
Jones, G. (1995). Flight performance, echolocation and foraging behaviour in noctule bats, Nyctalus noctula. J. Zool., Lond., 237: 303-312.
Kanuch, P. Janeckova, K. Kristin, A. (2005). Winter diet of the noctule bat Nyctalus noctula. Folia Zoologica, 54 (1-2): 53-60.
Kronwitter, F. (1988). Population structure, habitat use and activity patterns of the noctule bat, Nyctalus noctula Schreb., 1774 (Chiroptera, Vespertilionidae) revealed by radio-tracking. Myotis, 26: 23-85.
Limpens, H. J. G. A., Bongers, W. (1991). Bats in dutch forests. Myotis, 29: 129-136.
Mackenzie, G. A., Oxford , G. S. (1995). Prey of the noctule bat (Nyctalus noctula) in East Yorkshire . J. Zool., Lond., 236: 322-327.
Petit, E., Mayer, F. (1999). Male dispersal in the noctule bat (Nyctalus noctula): where are the limits? Proc. R. Soc. Lond. B, 266: 1717-1722.
Rachwald, A. (1992). Habitat preference and activity of the noctule bat Nyctalus noctula in the Bialowieza Primeval Forest . Acta Theriologica, 37: 413-422.
Ruedi, M., Tupinier, Y., Paz, O. de (1998). First breeding record for the noctule bat (Nyctalus noctula) in the Iberian Peninsula . Mammalia, 62: 301-304.
Sluiter, J. W., Van Heerdt, P. F. (1966). Seasonal habits of the noctule bat (Nyctalus noctula). Archives Néerlandaises de Zoologie, 16: 423-439.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Inquilinos anónimos


Embora o Morcego-rabudo (Tadarida teniotis) seja um morcego de voo alto (podendo caça a 300 metros de altura) e rápido (atingindo 65Km/h), é uma espécie que utiliza muitas vezes estruturas artificiais, nomeadamente a nossas casas, podendo por vezes criar alguns conflitos.










Visando apoiar a população em geral quanto a situações de coabitação e exclusão de morcegos, está  disponível, no portal do ICNB, o documento guia de apoio de coabitação e exclusão de morcegos.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

É bicho ou pau?

 A Empusa pennata, o diabinho, também conhecido como "o bicho pau" é uma espécie de inseto da família Empusidae que ocorre apenas na Península Ibérica e França, vive em zonas de matos secos.

 
É um inseto que apresenta uma cabeça pequena com uma protuberância entre as duas antenas, um tórax comprido e delgado, um abdómen pequeno e curvo. O primeiro par de patas localiza-se na parte superior do tórax, enquanto que as outras quatro (sim! Tem seis patas) situam-se mais a baixo. Os adultos possuem asas, mas as ninfas não, contudo ambas formas são caracterizadas por apresentar rugosidade na cutícula, assim como a sua cloração ocre, que as camufla com a erva seca do seu habitat. Os machos adultos têm antenas plumosas.