sábado, 23 de abril de 2011

Genetta genetta


 A Genetta genetta é um mesopredador carnívoro sigiloso e ágil que permanece grande parte do seu tempo em cavidades de árvores ou empoleirado nelas, de preferência em zonas elevadas. Deste modo, os indícios da sua presença podem ser menos frequentes do que outros carnívoros cuja movimentação é realizada de forma exclusiva pelo solo, como por exemplo texugos, sacarrabos e raposas.
Taxonomia:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Viverridae
Género: Genetta
Espécie: Genetta genetta
Nome comum: Gineta
Identificação: Tem o tamanho de um gato doméstico, de corpo alongado e esbelto, com patas curtas e cauda espessa e longa, tão comprida quanto o corpo. A pelagem é de cor cinzento com manchas escuras que tendem a ter uma orientação longitudinal. No centro do dorso essa manchas formam uma linha continua que vai desde a base da cauda até ao inicio do pescoço. A cauda é composta por oito a dez anéis escuros. O seu focinho é pontiagudo, de cor branca com duas manchas escuras de cada lado. Apresenta orelhas grandes, os membros (posteriores e anteriores) têm cinco dedos providos de unhas semiretractáveis. As fêmeas possuem dois pares de mamas abdominais, os machos tendem a ser maiores e mais pesados que a s fêmeas, contudo as diferenças entre indivíduos adultos não são significativas. Em média as medições biométricas desta espécie são as seguintes: comprimento do corpo 43 a 55 cm; cauda 33 a 48 cm; patas 8 a 9 cm; peso 1,55-2,25 kg. 
 Distribuição: Distribui-se pela Espanha, Portugal e metade Sudoeste da França. Na Península Ibérica a sua abundância parece decrescer de Sudoeste para Nordeste.
Habitat: É considerada uma espécie florestal muito associada zona de afloramentos rochosos e ribeirinhas, contudo comporta-se de um modo generalista na selecção do seu habitat. A disponibilidade alimentar e a presença de refúgios parecem ser dois factores que condicionam a selecção do seu habitat. As zonas temperadas de baixa altitude tendem a ser preferidas por esta espécie.
Reprodução: A época do cio inicia-se em Janeiro e acaba em Setembro, com uma actividade sexual máxima em Fevereiro e Março e um segundo pico em Maio. A gestação dura entre 10 e 11 semanas e os partos ocorrem entre Março e Novembro. O número de crias varia entre uma e quatro, contudo o normal é nascerem duas ou três crias altricais. A maturação sexual das Ginetas é atingida aos dois anos de idade.
Alimentação: É um carnívoro que consome principalmente roedores, contudo a sua dieta é caracterizada pela flexibilidade e oportunismo. Caçam e comem aves selvagens e domésticas, mamíferos (até ao tamanho de uma lebre), repteis, anfíbios, insectos, caracóis, peixes, fruta, erva e ovos e praticamente nunca tem comportamento necrófago.
Ecologia: O home-range desta espécie em média é de 7,8 km2, tanto o dos machos como os das fêmeas. As Ginetas reconhecem-se individualmente e socialmente através de marcação olfactiva. A marcação é fundamental para a marcação de territórios, evitando assim conflitos entre indivíduos do mesmo sexo. As latrinas também têm uma função comunicativa, visto que os dejectos estão impregnados por um odor produzido nos sacos anais, permitindo o reconhecimento individual e mantendo unida a estrutura familiar. Normalmente não existe a partilha de território por parte de indivíduos do mesmo sexo.
 Curiosidades: Embora quase todas as referências sobre a espécie diga que a Gineta foi introduzida na Europa pelo ser Humano, como animal doméstico utilizado para o controlo das populações de roedores, as evidências não são assim tão conclusivas. A Gineta foi caçada ilegalmente por ser considerada uma espécie nociva e pelo valor económico da sua pele. A predação de animais domésticos (principalmente galinhas) é o maior conflito que esta espécie tem como o Homem, por vezes a Gineta é morta por atropelamento junto a núcleos populacionais Rurais.

Predadores: Esta espécie tem poucos predadores, podendo entrar na dieta alimentar do Lince-ibérico (Lynx pardinus), do Bufo-real (Bubo bubo) e da Águia-real (Aquila chrysaetos).
Estatuto de conservação: De acordo como o Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal (LVVP), a Gineta (Genetta genetta) está classificado como “Pouco preocupante”.

9 comentários:

Luís Braz disse...

Os historiadores crêem que a Gineta foi introduzida na Península Ibérica pelos Árabes, durante a idade média, por volta do séc. VIII. O seu nome poderá ter origem nos Zenetas, uma notável tribo Berbere que fazia parte da cavalaria do exército Árabe, e teria a Gineta como “mascote”. Actualmente em Portugal e Espanha, no vocabulário equestre, prevalecem os termos Ginete, para designar um cavalo de sela, e Jinete sinónimo de cavaleiro.

Anónimo disse...

como se distingue um macho de uma fêmea?

Paulo Barros disse...

Caro anónimo,

Enquanto juvenis, os machos tendem a ser maiores e mais pesados que as fêmeas, mas as diferenças entre indivíduos a adultos não são significativas.

Anónimo disse...

quai sao as Medidas desenvolvidas para a sua preservação?

Paulo Barros disse...

Caro anónimo,
A geneta em Portugal, é um dos carnívoros mais abundantes em Portugal e as suas populações estão com tendências de crescimento, pelo que neste momento não existem medidas de conservações direcionadas especificamente para esta espécie.
Com os melhores cumprimentos,
Paulo Barros

Unknown disse...

Boa tarde:
Precisava arranjar uma imagem de pegada de gineta. Sealguém tiver, mande por favor para o meu mail: mariajoaosacadura@gmail.com
Obrigada e cumprimentos
Maria João

Paulo Barros disse...

Cara Maria João,
Infelizmente não tenho nenhuma foto de pegada de gineta que possa ceder.
Com os melhores cumprimentos,
Paulo Barros

Isabel disse...

Boa noite
Encontrei uma gineta junto da minha casa. Tinha sido atropelada, e morreu pouco depois.
Sou do norte de Portugal e não sabia da existência desta espécie. Tive imensa pena de nada poder fazer para a salvar. Animal lindo, com uma cauda esplêndida.
Isabel Santos

Paulo Barros disse...

Cara Isabel,
De fato, a geneta é uma espécie cosmopolita, capaz de ocupar um vasto leque de habitats incluindo zonas periféricas urbanas, contudo devido aos seus hábitos noturnos ou crepusculares é de difícil observação.
Em Portugal, é um dos carnívoros mais comuns.
Paulo Barros

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