sábado, 24 de fevereiro de 2018

Hibernação dos morcegos

A principal razão pelo qual os morcegos hibernam é fundamentalmente para minimizar o gasto energético. Pelo que acumulam gordura durante o verão e outono de modo a podem passar o inverno, quando o alimento escasseia ou é mesmo indisponível.
Os maiores perigos ou custos da hibernação é a exposição a predadores e algumas restrições fisiológicas, nomeadamente a diminuição da resposta imunológica e da síntese proteica. O torpor de inverno não é contínuo, os morcegos podem minimizar esses custos fisiológicos, diminuindo os períodos contínuos de hibernação, contudo a taxa de esgotamento das reservas de energia (gordura) é determinada pela taxa metabólica que depende da temperatura corporal e do torpor, assim, a interrupção da hibernação dos morcegos faz parte de um equilíbrio energético entre custos e benefícios, que têm que ser muito bem ponderado!
A interrupção do torpor, e consequentemente os padrões de atividade de inverno dos morcegos estão diretamente ligados às condições meteorológicas prevalecentes, em particular as temperaturas, que influenciam fortemente os padrões circadianos e o estado de torpor, que normalmente coincidem com uma maior disponibilidade de insetos voadores.

 Myotis myotis

 Rhinolophus ferrumequinum

 Myotis myotis 

 Rhinolophus hipposideros

 Rhinolophus euryale

 Myotis escalerai

 Pipistrellus pipistrellus

 Pipistrellus pipistrellus


 Myotis escalerai


 Miniopterus schreibersii

 Rhinolophus euryale

 Rhinolophus ferrumequinum



                                                              Rhinolophus ferrumequinum

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Atividade de morcegos no Inverno

Foi recentemente publicado um artigo sobre actividade de quirópteros no Inverno, intitulado “Winter activity of bats in Mediterranean peri-urban deciduous forests”, do qual deixo aqui o resumo



Resumo:
“Embora os quirópteros da família dos Vespertilionidae hibernem durante o inverno para minimizar o gasto de energia nos meses mais frios, nas regiões temperadas as interrupções no torpor podem ser bastante frequentes. O objetivo do nosso estudo, foi realizar uma caracterização preliminar dos padrões de atividade de quirópteros durante o Inverno em florestas de folhosas periurbanas mediterrâneas do Norte de Portugal. A atividade de quirópteros foi registada entre Novembro e Fevereiro e a deteção de pulsos de navegação de morcegos foi regularmente detectada nas noites mais quentes, com temperaturas acima de 4,6 ° C, nos meses de novembro (89,9%), dezembro (3,7%) e fevereiro (6.4%) e sem atividade detectada em janeiro. As espécies mais registradas foram Pipistrellus pygmaeus, P. pipistrellus e P. kuhlii.A atividade de socialização concentrou-se principalmente em novembro (96,8%), raramente em fevereiro (3,2%) e ausente em dezembro e janeiro. Em relação ao melhor modelo, obtido pelo método do Modelo Múltiplo de Inferência (MMI) para explicar a variação das passagens de morcego, os principais fatores que influenciaram positivamente foram o período noturno da monitorização e a temperatura, com influência negativa, a precipitação registrada nas 48 horas antecedentes à monitorização revelou ser significativa. Relativamente à actividade de socialização, as variáveis que demostraram ter influências positivas significativa foram: a humidade, temperatura e velocidade do vento e com influência negativa, a precipitação registrada nas 48 horas antecedentes à monitorização. Os resultados deste estudo aportam uma base preliminar promissora para os estudos de atividade de quirópteros na época de hibernação, demonstrando que as condições meteorológicas atuais e as que prevaleceram nas últimas 48 horas podem desempenhar um papel importante na interrupção de torpor dos quirópteros.Com a finalidade de melhorar a conservação deste grupo faunístico, deverão ser desenvolvidos esforços na investigação acústica de inverno para uma compreensão completa dos padrões de atividade de morcegos, com objectivo de enfrentam os potenciais impactos das alterações climáticas globais que se espera que ocorram na região do Mediterrânica.”


Quem estiver mais interessado pode descarregar e ler o artigo completo AQUI