domingo, 27 de janeiro de 2013

Lontra (Lutra lutra)

A lontra (Lutra lutra) é um Mustelideo de corpo alongado com extremidades (patas) curtas, a cabeça é larga e aplanada, sem pescoço diferenciado. Os olhos, orelhas e orifícios nasais encontram-se deslocados para a parte superior da cabeça. A cauda é larga e aplanada na sua base e pontiaguda na ponta. Possui cinco dedos unidos por uma membrana interdigital bem desenvolvida em todos os membros. A pelagem que está perfeitamente adaptada aos sistemas aquáticos é de cor castanha ou parda com diversas tonalidades, na garganta e parte superior do peito, destaca-se uma mancha mais clara. Esta espécie apresenta longas vibrissas no focinho, boca, olhos e antebraços.

Na Península Ibérica, entre 1950 e 1980, esta espécie sofreu um importante processo de regressão, desaparecendo especialmente na metade Este (nos rios típicos mediterrânicos). A partir de mediados dos anos 80’s, a lontra iniciou um lento, mas progressivo processo de recuperação.
A lontra pode ocorrer em todo os tipos de ambientes aquáticos continentais minimamente bem conservados, assim como no litoral atlântico. Sendo que a sua presença está muito condicionada pela disponibilidade de alimento.
A lontra é uma espécie poliéstrica e poligâmica, reproduzindo-se em função da disponibilidade de alimento.
Praticamente todas as suas pressas têm hábitos aquáticos ou semi-aquáticos, que caça na água ou na sua envolvente. Come principalmente peixes, caranguejos, anfíbios e cobras de água, contudo também pode alimentar-se de pequenos mamíferos, aves, outros répteis e insetos.
È um espécie solitária, exceto durante a época de acasalamento, criação e por vezes na época de dispersão. 


sábado, 12 de janeiro de 2013

Casas florestais e morcegos


Nos anos 50’ foram construídas mais de 1100 casas florestais, estrategicamente distribuídas pelo nosso País. As casas eram caracterizadas por uma arquitetura muito particular, normalmente rodeadas de povoamentos florestais e de terra “funda” e água para sustentar as hortas, que eram a base alimentar dos guardas florestais e das suas famílias. Inicialmente ocupadas pelos guardas florestais, que tinham como principal missão fiscalizarem as áreas de baldio (denominado de Cantão) recentemente florestadas, (evitando que o gado pastoreasse essas áreas) assim como fiscalizarem a caça e pesca. Contudo após algumas dezenas de anos estas casas, devido a diversos fatores, foram sendo abandonadas.
Embora o abandono das casas possa favorecer a ocupação de morcegos (nas áreas antigamente utilizados pelos humanos), contudo a maioria dos morcegos estão localizados em zonas “mortas” (sótãos e entre o forro e as telhas), que podem utilizar independentemente de estarem abandonadas ou não. 

O abandono destas casas tem possibilitado a prospeção e deteção de morcegos, aumentando assim o conhecimento sobre a sua distribuição, em particular, espécies classificadas com Informação Insuficiente (DD).
As espécies mais frequentemente observáveis nestas casas, diferem do tipo de localização, assim entre o forro e telhas, encontramos normalmente as espécie do género pipistrellus e Nyctalus leisleri no sótão, os Barbastella barabstellus e Plecotus sp. e nas divisões antigamente ocupadas por humanos podemos encontra espécies do género Rhinolophus e um ou outro Myotis “pequeno” em particular Myotis emarginatus.
 

 Barbastella barabstellus

 Plecotus auritus