sábado, 30 de maio de 2015

The contribution of the Tyto alba feeding ecology to confirm bat species occurrence in north Portugal

Bat skull remains identified in Barn owl pellets collected from north of Portugal: a - Upper canine of the Western barbastelle (Barbastella barbastellus) with elongate section and flat inner surface with a sharply defined cingulum; b - lower mandible of the Grey long-eared bat (Plecotus austriacus) with a salience on the processus angularis in the posterior part; c - a depressed and the dorsal profile of the European free-tailed bat (Tadarida teniotis) is straight and almost horizontal. The arrows indicate the respective distinctive morphological details

The Barn owl (Tyto alba) is an opportunistic species which feeds mainly on small mammals but also on birds, bats, reptiles, amphibians, insects and fishes. With regard to bats, several studies in Europe suggest that this group constitutes a small portion of the Barn owl diet representing less than 1% of its prey items. Through the analysis of 2,934 Barn owl pellets, collected between 2006 and 2014 in 27 sites/nests located in north Portugal, the remains of six bats belonging to five species were identified in a total of 9,103 prey items identified: the Western barbastelle (Barbastella barbastellus), the Grey long-eared bat (Plecotus austriacus), the Brown long-eared bat (Plecotus auritus), the European free-tailed bat (Tadarida teniotis) and the Common pipistrelle (Pipistrellus pipistrellus). These findings are of great interest as they represent new data on the Brown longeared bat and European free-tailed bat distributions, and allow to confirm an historical record of the Western barbastelle in the region.
However, although the number of items found in Barn owl pellets is residual, the data collected for bats may represent very important contributions, particularly for rare species, such as Western barbastelle, or species classified with the conservationist status of “data deficiency”, as in the case of Western barbastelle, Brown long-eared bat and European free-tailed bat. This is of particular relevance, since even in the most recent Atlas of bats in Portugal the data on the distribution of some species remain very scarce and incomplete, especially for species like the Western barbastelle, which is confirmed only in about 10% of the total of 1,008 10X10km grid cells. Additionally, for bat species that are difficult or impossible to distinguish by acoustic methods, such as Brown long-eared bat, less than 2% of the referred grids were confirmed.


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domingo, 17 de maio de 2015

Dieta da cobra-de-água-viperina

A distribuição da cobra-de-água-viperina (Natrix maura) em Portugal é praticamente contínua e homogénea, e depende essencialmente da ocorrência de pontos de água. É uma espécie muito comum e localmente abundante. Distribui-se desde o nível do mar até aos 1650 m, não demonstrando preferência por nenhum estrato altitudinal.
A tanatose, a libertação de um odor nauseabundo, postura semelhante de víbora (expandindo a cabeça para adotar uma forma triangular), emissão de silvos e ameaçadas de morder, são os principais comportamentos de defesa quando ameaçadas. Estes comportamentos, em conjunto com o padrão dorsal em zigue-zague, estão na origem do seu nome comum (cobra-de-água-viperina), devido às parecenças com as víboras.

Exímia nadadora, raramente se afasta da água, podendo esporadicamente consumir outros répteis e micromamíferos ou invertebrados, a base principal da sua dieta é composta por peixes e anfíbios. Para a sua captura, desenvolveu um variado número de comportamentos predatórios (ex: emboscada, procura ativa ou iscagem com a própria língua, entre outros) que dependem do tipo e tamanho da presa, o meio aquático e o seu próprio tamanho.

O grande reportório de comportamento predatórios que esta espécie tem, deve-se principalmente à grande variabilidade de espécie de peixes e anfíbios que consome, que têm características muito diferentes (posições na coluna de água, velocidade de natação, tipo de agrupação, etc…) de entre os peixes ibéricos, a cobra-de-água-viperina, pode consumir espécie da família Blenniidae (Salaria fluviatilis), Centrarchidae (Lepomis gibbosus), Ciprinidae (Barbus bocagei, Barbus graellsii, Barbus haasi, Barbus sclateri, Carassius auratus, Chondrostoma miegii, Chondrostoma polylepis, Cyprinus carpio, Gobius gobius, Phoxinus phoxinus, Rutilus arcasii, Rutilus rutilus, Squalius cephalus), Cobitidae (Barbatula barbatula), Gasterosteidae (Gasterosteus aculeatus), Poecilidae (Gambusia affinis, Gambusia holbrooki) e Salmonidae (Salmo gairdneri, Salmo trutta) quanto aos anfíbios a sua dieta é também muito variada, incluindo a Pleurodeles waltl, Lissotriton boscai, Lissotriton helveticus, Triturus marmoratus, Salamandra salamandra, Alytes cisteransii, Alytes obstetricans, Bufo bufo, Epidalea calamita, Discoglossus galganoi, Pelobates cultripes, Rana iberica, Pelophylax perezi e Hyla arborea.

De relembrar que esta espécie é uma serpente aglifa, ou seja, não possui dentes inoculadores de veneno, não representando qualquer perigo para a espécie humana!