Identificação:
A Lagartixa-do-mato-comum é uma lagartixa de tamanho médio que pode atingir os 30cm de comprimento total. Possui uma cabeça alta e de aspecto robusto, e ausência de colar. O seu dorso e flancos são predominantemente acastanhados, com duas linhas dorsolaterais amareladas ou esbranquiçadas. A zona de inserção das patas posteriores e as faces laterais da cauda apresentam tonalidades alaranjadas. Junto às axilas, sobretudo nos machos, pode apresentar entre 1 e 9 manchas azuladas. A sua coloração ventral é esbranquiçada ou bege.
O seu dimorfismo sexual é evidente sobretudo ao nível da coloração, durante a época de reprodução. Assim, durante o acasalamento os machos apresentam frequentemente tonalidades alaranjadas ou avermelhadas (podendo também ser amareladas) na zona da garganta e lados da cabeça. As fêmeas possuem linhas dorsolaterais mais contrastadas do que os machos, e os exemplares mais velhos podem mesmo ser uniformes. Os machos, para além de terem uma cabeça mais larga, são de um modo geral mais robustos.
Juvenil
Os juvenis possuem um aspecto muito semelhante ao dos adultos, no entanto, apresentam uma coloração alaranjada mais intensa, na zona de inserção da patas posteriores e nas faces laterais da cauda, e podem apresentar linhas dorsolaterais menos contrastadas.
Espécies semelhantes:
Pode ser confundida com a Lagartixa-ibérica (Podarcis hispanica) e com a Lagartixa-do-mato-ibérica (Psammodromus hispanicus), mas a Lagartixa-do-mato-comum é de maiores dimensões e mais robusta dos que estas. Diferencia-se da Lagartixa-ibérica por possuir escamas carenadas e pontiagudas. Distingue-se da Lagartixa-do-mato-ibérica por não possuir um colar, e sobretudo através do padrão de coloração. Pode também ser confundida com a Lagartixa-de-dedos-denteados (Acanthodactylus erythrurus) quando observada fugazmente (como foi referido pelo Emanuel Ribeiro).
A sua distribuição mundial abrange a Península Ibérica (excepto na faixa Norte) e o Sudoeste de França, assim como a maior parte de Marrocos, Norte da Argélia e Noroeste da Tunísia. Em Portugal, encontra-se por todo o território excepto na área contida entre as encostas Ocidentais da serra do Alvão e as bacias inferiores dos rios Lima, Cávado, Ave e Douro, incluindo uma estreita faixa litoral entre o rio Douro e a ria de Aveiro.
Pode ocorrer numa grande diversidade de habitats, encontrando-se particularmente associada a locais com cobertura arbustiva mais ou menos densa, na qual, os indivíduos desta espécie podem ser observados a refugiar-se (esconder-se) rapidamente.
Pode encontrar-se activa desde Março (Primavera) até Outubro (Outono), nas áreas mais quentes pode encontrar-se activa durante todo o ano, sobretudo os juvenis. A sua reprodução ocorre geralmente entre Abril e Julho. Os nascimentos dão-se entre Agosto e Outubro. A maturidade sexual é atingida no primeiro ou segundo ano de vida, e pode alcançar uma longevidade de 5 a 7 anos.
Pode atingir aproximadamente 9cm de comprimento cabeça/corpo.
Os seus principais mecanismos de defesa consistem na fuga através de capacidades trepadoras notáveis e libertação voluntária (autotomia) da cauda. É uma espécie que emite sons, cuja finalidade ainda não é conhecida, no entanto, quando capturada e/ou aprisionada, em mão, pode emitir um “grito” (de baixo volume) sibilante e estridente (informação pessoal).
O exemplar (macho) da foto foi registado na aldeia de Brunhoso, em Mogadouro, na “margem” do Sabor, em 21/05/09.
A fragmentação do habitat associada à urbanização, instalação de culturas intensivas e as operações sistemáticas de desmatação em geral, estão a contribuir para a redução da densidade populacional e da capacidade reprodutiva desta espécie.
Possui um estatuto de “Pouco Preocupante”, quer a nível internacional (IUCN), quer em Portugal e Espanha.
4 comentários:
essa largatixa morde?
obviamente que não!!
e eu ja ouvi dizer que era venenosa, por isso estou pesquisando neste site, depois que observei uma gata c apturar uma víbora e dar para o seu gatinho filhote de mais ou menos de dois meses, que depois de matar a víbora a comeu
Olá Juarez, realmente esta espécie (P. algirus) não é venenosa. É interessante ver esse comportamento nos gatos, uma vez que as víboras têm um tipo de veneno mortífero, mas os predadores de serpentes ingerem as víboras sem qualquer problema, penso que o veneno só tem efeito se for injectado nos tecidos e corrente sanguínea, e no interior do tubo digestivo não trará nenhum problema
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