sábado, 6 de fevereiro de 2016

Morcegos, pinguins e concertos de rock

O morcego-de-peluche (Miniopterus schreibersii) é a espécie europeia de morcegos que forma colónias mais compactas, uma colónia com um metro quadrado pode ter 2000 indivíduos!
Colónia de Miniopterus schreibersii

Nas grandes colónias de hibernação de morcego-de-peluche, os indivíduos que se encontram no centro da colónia tem temperaturas corporais mais elevadas do que os indivíduos da periferia, que em alguns caso pode atingir diferenças de 5ºC. De modo a poderem controlar a sua temperatura corporal os indivíduos vão-se movendo do centro da colónia para a periferia, com a finalidade de baixarem as temperatura corporal e poderem continuar em torpor. Estas movimentações dentro das colónias/aglomerados de indivíduos não é único no mundo animal, os pinguins também o fazem, mas com propósitos contrários, movem-se da periferia para o interior para se resguardarem do frio e manterem a temperatura corporal.
Colónia de pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri)

A compactação de Miniopterus schreibersii nas colónias é de tal ordem que a melhor forma de se movimentar é mover-se por cima da colónia, na ausência de locais de suspensão, que normalmente são as rugosidade e reentrâncias do teto do abrigo, esta espécie, além de usar os polegares e patas para se agarrar aos outros morcegos também usa a boca, mordendo os seus companheiros e o mais extraordinário é que os outros morcegos (aqueles que estão parados) também o ajudam, mordendo-o (agarrando-o) também, evitando assim que caia ao chão.
Morcego-de-peluche, abocanhando uma morcego que se move para a perifiria da colónia. Foto de © Luís Braz

Cada vez que vejo este comportamento faz-me lembrar os moches dos concertos de rock… mas de patas para o ar.
Moche de James Blunt. Foto de © Chris Jackson

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