sábado, 28 de março de 2015

Abrigos de morcegos



Contrariamente a outros mamíferos, os morcegos são incapazes de construir os seus próprios abrigos, deste modo, dependem da disponibilidade destes no meio em que vivem, por isso os abrigos são locais cruciais para a estratégia vital dos morcegos, cada espécie seleciona esse mesmos abrigos em função do seu microclima, estrutura e volumetria. As espécies troglófilas elegem cavidades subterrâneas naturais ou artificiais e compartimentos habitacionais. A maior parte das espécies preferem refugiar-se na superfície do teto ou em paredes (e.g. Rhinolophus, Myotis myotis, Myotis blythii ou Miniopterus schreiberssi), embora haja algumas espécies que podem utilizar fissuras dentro destes abrigos (e.g. Myotis daubentonii ou Plecotus austriacus). Já as espécies fisurícolas usam fendas estreitas em construções e/ou paredes rochosas (e.g.; Hypsugo savii, Tadarida teniotis, Eptesicus ou os Pipistrellus) e os eminentemente arborícolas (Myotis bechsteinii, Plecotus auritus ou os Nyctalus) abrigam-se em buracos e fissuras de árvores. Contudo, esta classificação não é estrita, já que certas espécies são muito plásticas relativamente à escolha do tipo de abrigo, utilizando-os em função do seu estado fenológico, sexo e/ou época do ano.

LEGENDA: Intensidade de uso: F – frequente; R – raro; E- excecional; N- nunca; D - Registo bibliográfico. Periodicidade de uso: A – período de atividade; H – período de hibernação. Localização: T- teto; F – fissuras (a maiúscula colónias grandes e minúscula poucos indivíduos ou isolados). Adaptado de Quetglas & Garido, 2014.

De uma forma geral os morcegos para a hibernação preferem abrigos com temperaturas baixas e humidade relativa elevada, enquanto que na época de criação os abrigos quentes e secos são os preferidos (principalmente pelas fêmeas), pois estas condições favorecem o desenvolvimentos dos embriões e crias e diminuem os gastos energéticos das progenitoras.

CR7
 Nyctalus lasiopterus

 Rhinolopus euryale

 Eptesicus serotinus

A destruição de habitat é uma das maiores ameaçadas para a conservação dos morcegos, esta destruição/alteração de habitat tem-se refletido na tipologia de abrigos utilizados pelos morcegos, os casos mais evidentes são os do Barbastella barbastellus e dos Plecotus que têm substituído cada vez mais os seus abrigos maturais (árvores) por estruturas antrópicas.
 Myotis myotis

 Pipistrellus pygmaeus

 Plecotus aurtitus

5 comentários:

Ana Rita Gonçalves disse...

A tabela é muito útil e, já agora, aproveito para felicitar pelas fotos :) São realmente muito bonitas e ilustrativas. Os morcegos, de todos os mamíferos, são os que mais me fascinam. Contudo, não conheço ao vivo a maior parte das espécies. Adoraria poder vê-las...

Paulo Barros disse...

Cara Ana Rita,
Como é referido na nota de boas vindas deste blog “Este blog é um espaço de divulgação e opinião que pretende contribuir para o conhecimento do Património Natural Faunístico de Portugal” e é bom saber que os nossos post têm contribuído para este objetivo.
A respeito de conhecer mais espécies de morcegos ao vivo, caso a Ana Rita tenha interesse sempre poderá acompanhar as monitorizações dos Abrigos de Importância Nacional (AIM). Para tal deverá contar o ICNF e saber quais os AIM da sua zona e quem são as pessoas responsáveis por monitorizar esses AIM para os poder acompanhar, durante os meses Junho/julho ião decorrer as monitorizações dos AIM de criação.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Barros

Ana Rita Gonçalves disse...

Muito obrigada pela informação, irei fazê-lo!

Xavier disse...

Eh, eh. Esta está com muita piada, Paulo

Xavier disse...

Eh, eh. Esta está com muita piada, Paulo

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