sábado, 12 de janeiro de 2013

Casas florestais e morcegos


Nos anos 50’ foram construídas mais de 1100 casas florestais, estrategicamente distribuídas pelo nosso País. As casas eram caracterizadas por uma arquitetura muito particular, normalmente rodeadas de povoamentos florestais e de terra “funda” e água para sustentar as hortas, que eram a base alimentar dos guardas florestais e das suas famílias. Inicialmente ocupadas pelos guardas florestais, que tinham como principal missão fiscalizarem as áreas de baldio (denominado de Cantão) recentemente florestadas, (evitando que o gado pastoreasse essas áreas) assim como fiscalizarem a caça e pesca. Contudo após algumas dezenas de anos estas casas, devido a diversos fatores, foram sendo abandonadas.
Embora o abandono das casas possa favorecer a ocupação de morcegos (nas áreas antigamente utilizados pelos humanos), contudo a maioria dos morcegos estão localizados em zonas “mortas” (sótãos e entre o forro e as telhas), que podem utilizar independentemente de estarem abandonadas ou não. 

O abandono destas casas tem possibilitado a prospeção e deteção de morcegos, aumentando assim o conhecimento sobre a sua distribuição, em particular, espécies classificadas com Informação Insuficiente (DD).
As espécies mais frequentemente observáveis nestas casas, diferem do tipo de localização, assim entre o forro e telhas, encontramos normalmente as espécie do género pipistrellus e Nyctalus leisleri no sótão, os Barbastella barabstellus e Plecotus sp. e nas divisões antigamente ocupadas por humanos podemos encontra espécies do género Rhinolophus e um ou outro Myotis “pequeno” em particular Myotis emarginatus.
 

 Barbastella barabstellus

 Plecotus auritus

1 comentário:

Ana Rita Gonçalves disse...

Sei que também existem alguns morcegos numa casa abandonada perto da minha. É um dos grupos de vertebrados que mais me fascina!

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