A lontra (Lutra lutra)
é um Mustelideo de corpo alongado com extremidades (patas) curtas, a cabeça é
larga e aplanada, sem pescoço diferenciado. Os olhos, orelhas e orifícios
nasais encontram-se deslocados para a parte superior da cabeça. A cauda é larga
e aplanada na sua base e pontiaguda na ponta. Possui cinco dedos unidos por uma
membrana interdigital bem desenvolvida em todos os membros. A pelagem que está
perfeitamente adaptada aos sistemas aquáticos é de cor castanha ou parda com
diversas tonalidades, na garganta e parte superior do peito, destaca-se uma
mancha mais clara. Esta espécie apresenta longas vibrissas no focinho, boca,
olhos e antebraços.
Na Península Ibérica, entre 1950 e 1980, esta espécie sofreu um
importante processo de regressão, desaparecendo especialmente na metade Este
(nos rios típicos mediterrânicos). A partir de mediados dos anos 80’s, a lontra
iniciou um lento, mas progressivo processo de recuperação.
A lontra pode ocorrer em todo os tipos de ambientes aquáticos
continentais minimamente bem conservados, assim como no litoral atlântico.
Sendo que a sua presença está muito condicionada pela disponibilidade de
alimento.
A lontra é uma espécie poliéstrica e poligâmica, reproduzindo-se
em função da disponibilidade de alimento.
Praticamente todas as suas pressas têm hábitos aquáticos ou semi-aquáticos,
que caça na água ou na sua envolvente. Come principalmente peixes, caranguejos,
anfíbios e cobras de água, contudo também pode alimentar-se de pequenos
mamíferos, aves, outros répteis e insetos.
È um espécie solitária, exceto durante a época de acasalamento, criação
e por vezes na época de dispersão.