Macho de Alytes cisternasii (Sapo-parteiro-ibérico), transportando ovos
A reprodução do sapo-parteiro-ibérico, dá-se por um amplexo lombar, posição na qual os machos acumulam os ovos entre as suas patas posteriores. O amplexo ocorre em terra, durante uns 30-45 minutos, na qual o macho roça a cloaca da fêmea com os seus pés de forma repetida, acabando assim por provocar a saída dos ovos, então o macho abraça a fêmea pelo pescoço e fecunda os ovos expulsando o seu esperma com violentas sacudidelas, depois de descansar uns 20 minutos envolve as filas de ovos ao redor das suas patas posteriores e solta a fêmea. Este comportamento pode-se repetir várias vezes, acumulando ovos de várias fêmeas. Deste modo o macho está encarregue de cuidar dos ovos e cada noite sai para se alimentar e humedecer os ovos. Ao fim de três semanas as larvas eclodem e nadam no ponto de água que o seu progenitor seleccionou e ao fim de 2-4 meses a metamorfose é completada, contudo em condições adversas a metamorfose por retarda-se por um ou mais anos. Do mesmo modo, a metamorfose por ocorrer prematuramente, isto pode acontecer quando o ponto de água seca rapidamente. Depois da metamorfose deixam os corpos de água e passam a viver em terra. Uma particularidade dos machos que transportam ovos é que nunca submerge mesmo quando são perturbados.
Fêmea de Allocosa fasciiventris (Tarântula-ibérica), transportando crias (Foto: João Gaiola)
Embora a seda produzida por esta espécie não seja utilizada para construir teias, tem um papel importante nos processos reprodutivos. Nos seus fios encontram-se substâncias que actuam como feromonas sexuais, permitindo aos machos seguirem o rasto das fêmeas até a localizarem. Previamente cópula propriamente dita, dá-se um cortejo bastante ritualizado. Após a cópula a fêmea realiza a postura, depositando e envolvendo os ovos em seda branca, resultando numa ooteca (bolsa de seda onde as aranhas depositam os ovos) esférica que irá transportar durante alguns dias pendurado nas patas posteriores. Após a eclosão, as pequenas aranhas abandonam o casulo e trepam para o dorso materno, cobrindo o opistoma de uma forma espectacular, onde permanecem até à segunda muda, a pós a qual se inicia a dispersão e o crescimento independente.