É certo que as moscas não são o
grupo de animais que mais interesse desperta à generalidade das pessoas, principalmente agora que as temperaturas começam a subir. No
entanto, este grupo de insetos assume, em muitos casos, um papel extremamente
importante no equilíbrio e funcionamento dos ecossistemas.
É importante perceber que o grupo
artificial a que chamamos moscas, é, na realidade, constituído por espécies que
nem sempre são verdadeiramente moscas. As verdadeiras moscas são insetos da
ordem Díptera (com dois pares de asas) e da família Muscidae que se identificam
pelas suas antenas de três segmentos sendo o segmento apical plumoso. Este
grupo é extremamente diverso estando descritas cerca de 4000 espécies e mais de
100 géneros.
Embora sejam mais conhecidas por
serem “chatas” e pelas doenças que podem transmitir aos humanos, do ponto de
vista ecológico este grupo de insetos desempenha alguns serviços essenciais nos
nossos ecossistemas.
Por exemplo, as moscas são, a par
das abelhas, um dos principais insetos polinizadores sendo assim responsáveis
pela frutificação de inúmeras espécies de plantas selvagens ou agrícolas.
Quando as suas larvas se
alimentam de, por exemplo, carne em decomposição, embora não seja muito
agradável, estão a contribuir decisivamente para correto funcionamento do ciclo
de nutrientes.
Também do ponto de vista
científico, este grupo tem sido importante quer seja enquanto modelo
experimental (por exemplo o género Drosophila utilizado em tantos estudos
genéticos) ou enquanto ferramenta de determinação da data de morte, que tantas
vemos em séries de investigação criminal.
De uma perspetiva um pouco
diferente também podemos pensar na importância deste grupo enquanto alimento de
outras espécies como peixes (ex. truta), mamíferos (ex. morcegos) répteis ou diversas espécies de aves.