As Libélulas passam a parte
inicial do seu ciclo de vida dentro de água, em diversos habitats aquáticos, por
períodos que podem ir de vários meses a alguns anos. Todos os seres vivos com
esta estratégia no seu ciclo biológico são denominados Anfíbios, (do grego Amphi = ambos, e Bio = vida, isto é, vivem em ‘ambos os meios’ ou têm uma ‘vida
dupla’). A larva muda de pele (exosqueleto) várias vezes para poder crescer e
quando atinge o tamanho final, na época favorável (que geralmente corresponde ao
início da primavera), deixa da água, faz uma última ‘muda de pele’, expandindo
o seu abdómen e as suas asas, assumindo a sua forma adulta definitiva. Este processo
é conhecido como emergência.
É durante esta fase de adulto,
geralmente denominada como fase de voo que se dá o acasalamento. O macho produz
o sémen na extremidade do abdómen e transfere-o para a genitália secundária
situada na base do abdómen, através do qual é passado para a fêmea. Os ovos só
são fertilizados durante a sua postura, o que possibilita a intervenção de
outros machos oportunistas, que poderão copular com a fêmea entretanto e
remover o esperma do rival. Isto explica porque na maioria das vezes se podem ver
os machos a voar sobre as fêmeas ou mesmo ‘agarrados’ a ela, durante a postura,
para a guardar.
As posturas podem ser feitas
directamente sobre a superfície da água, no substracto húmido das margens de
ambientes aquáticos ou na vegetação aquática. A fêmea coloca assim os ovos que
são expelidos pelo ovopositor, órgão situado na extremidade do abdómen.
A Libélua anelada - Cordulegaster boltonii – uma das espécies da fauna portuguesa, ocorre em
ribeiras e rios de pequenas dimensões em áreas florestadas.
Cordulegaster boltonii (macho)
A fêmea desta espécie faz as
posturas geralmente no substracto das margens dos cursos de água, num
característico movimento vertical:
Fêmea registada na zona montante do rio Sabor.