Taxonomia:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Mustelidae
Género: Meles
Espécie: Meles meles
Nome comum: Texugo
Os indícios de presença são a
forma mais fácil de verificar a sua existência num determinado local. A pegada
do texugo é constituída por uma grande almofada, 5 pequenas marcas de dedos e
pelas marcas das garras alguns centímetros à frente destes.
Identificação: Os
rasgos morfológicos desta espécie estão fortemente condicionados pela sua forma
de vida escavadora. Deste modo, apresenta uma cabeça pequena mas robusta e um
pescoço muito forte, embora pouco visível. O corpo é alargado e muito robusto
acabando num pequena cauda. Os seus membros são fortes e acabam numas poderosas
unhas que lhe permite a escavação. O seu órgão táctil primordial são as
vibrissas que têm no focinho. Os olhos são muito pequenos e parecem desempenhar
um papel menos importante do que os outros sentidos. Tendo em conta a aptidão escavadora desta espécie, as orelhas são muito pequenas. As suas dimensões principais são:
comprimento (59-87cm); cauda (11-20cm); peso (4,8-9,7Kg).
Distribuição: É
uma espécie de ocorrência paleártica, em Portugal apresenta uma distribuição ampla
mas fragmentada (devido à tipo de solo que impossibilita a escavação), sedo
mais rara nas zonas secas do Sul do que no Norte.
Habitat: Os texugos preferem meios mistos de bosques e prados em
áreas moderadamente frescas e com precipitações moderadas a elevadas. As
preferências do habitat estão directamente relacionadas com a disponibilidade alimentar
e solo propícios à construção das tocas. Em muitas zonas mediterrânicas, os
texugos seleccionam ambientes mas heterogéneos, como por exemplo zonas agrícolas
que alternam com bosque e pequenas linhas de água e evitando zonas contínuas de
bosque. Em zonas semiáridas mediterrânicas, mostra preferência por zonas de
fruteiras e áreas rochosas e de matorral.
Reprodução: As
fêmeas do texugo apresentam uma ovo-implantação retardada, pelo que os blastocistos
apenas são implantados uns meses depois dos acasalamentos que ocorrem durante o
Inverno. A implantação dá-se sempre numa altura específica do ano independentemente
da altura da fecundação de modo a que as crias nasçam numa época com uma maior disponibilidade
de recursos alimentares. Por norma, todas as fêmeas (desde que sexualmente activas)
de um grupo familiar podem reproduzir-se, contudo em situações de elevadas densidades,
poderá ocorrer fenómenos de supressão reprodutiva e apenas algumas das fêmeas
de cada grupo se reproduzem. Os machos atingem a maturidade sexual aos 12 meses
de idade, enquanto as fêmeas podem parir pela primeira vez aos dois anos de
idade. Os texugos reproduzem-se apenas uma vez por ano e o número de crias é
normalmente de 3, que permanecem na toca durante as primeiras 10 semanas, momento em
que começam a ter o controle total sobre a sua termorregulação. Após as 12 semanas de vida
as crias deixam de mamar para passar a comer alimentos sólidos.
Alimentação: O
texugo é uma espécie omnívora e com uma grande flexibilidade na hora de escolher
a sua dieta. Embora durante muito tempo se tenha considerado uma espécie especialista
no consumo de minhocas, hoje em dia é consensual que se trata de uma espécie
generalista, contudo os estudos apontam para um relação positiva da presença de
minhocas na dieta e o aumento da densidade de indivíduos, assim como na
eficácia biológica como a condição física e a resistência a certos parasitas. Os texugos alimentam-se de um amplia gama de recursos, desde, insectos, frutos (silvestres ou não) e pequenos
mamíferos e aves, coelhos e fungos, assim como cereais, azeitonas.
Predadores: Os
texugos têm poucos predadores, estando limitado ao lobo, cães assilvestrados ou
aves de rapina de grande porte.
Estatuto de conservação:
De acordo como o Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal
(LVVP), o Texugo está classificado como LC - “Pouco Preocupante”.