Espécies similares:
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Blanus cinereus
Espécies similares:
Bat's in the net
A época de capturas de morcegos deste ano está a aproximar-se (assim que o tempo estabilizar), e nada melhor do que fazer uma retrospectiva das capturas realizadas no ano de 2009. Depois de percorridos mais de 2500Km, 100 horas passadas ao relento (e muitas delas dentro de água), consegui realizar 29 pontos de amostragem (com capturas efectivas), distribuídos pelo Norte e Centro de Portugal Continental, nos quais foram capturados 225 indivíduos, de 18 espécies diferentes, que representam 75% das espécies existentes e consideradas actualmente para Portugal Continental.
Os resultados obtidos, permitiram a aquisição de novos dados para espécies com Informação Insuficiente (DD), assim como para as espécies com estatuto de ameaça (CR, VU, EN), e ainda a confirmação da presença do Myotis escalerai e do Myotis daubentonii morfotipo nathalinae para o Norte de Portugal Continental.
O número de capturas por espécie foi a seguinte:
Rhinolophus hipposideros VU (n=1)
Rhinolophus euryale CR (n=1)
Myotis bechsteinii EN (n=1)
Myotis myotis VU (n=7)
Myotis escalerai VU* (n=14)
Myotis emarginatus DD (n=4)
Myotis mystacinus DD (n=7)
Myotis daubentonii nathalinae LC (n=40)
Pipistrellus pipistrellus LC (n=33)
Pipistrellus kuhlii LC (n=5)
Pipistrellus pygmaeus LC (n=2)
Hypsugo savii DD (n=16)
Nyctalus leisleri DD (n=13)
Eptesicus serotinus LC (n=40)
Barbastella barbastellus DD (n=4)
Plecotus auritus DD (n=4)
Plecotus austriacus LC (n=28)
Miniopterus schreibersii VU (n=5)
* Estatuto considerado para o Myotis nattereri
Embora se fale muito na protecção de abrigos, quer de hibernação quer de reprodução, como medida de conservação para morcegos, os locais de “swarming” representam locais sensíveis e fulcrais para a conservação deste grupo faunístico. Apesar de muitos abrigos classificados como “de Importância Nacional para morcegos” possam ser locais de “swarming”, outros que não têm os critérios mínimos para a sua classificação, podem representar uma mais-valia para a conservação de morcegos. Deste modo, seria bom começarmos a pensar em incluir na listagem dos abrigos “de Importância Nacional para morcegos”, os abrigos que sejam locais de “swarming”, como por exemplo a mina de Vila Cova.
Não poderia escrever este post sem agradecer a todos aqueles que me fizeram companhia durante algumas das noite, nomeadamente ao Carlos Rodrigues, Diana Balsa, Hélia Gonçalves (mais a Luna e a Bolinha), Luís Braz, Joana Medeiros, João Gaiola, Paulo Travassos e ao meu tio Chico agricultor há mais de 50 anos pelas suas histórias de lobos, leirões e outros bichos que me contou enquanto esperava pelos morcegos. Um agradecimento especial à Estação Biológica de Doñana em particular ao Javier Juste e toda sua equipa pela confirmação genética de alguns exemplares. E finalmente a todas as Corujas que me fizeram companhia nas noites que passei sozinho.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Lampides boeticus
A Lampides boeticus é uma espécie de lepidóptero diurno da família LYCAENIDAE. Esta borboleta apresenta, na face inferior das asas, tons castanhos-claros, esbranquiçados e beges misturados em padrões irregulares. Também nesta face da asa posterior pode ser observado um ponto escuro orlado de colorações laranja e uma banda branca na região pós-mediana. A face superior apresenta um tom violeta profundo, os bordos marginais escuros e dois pontos negros orlados de branco. São também evidentes as fímbrias de cor branca.
Espécies similares:
Em Portugal, esta espécie poderá ser confundida com a Leptotes pirithous da qual se distingue por apresentar a, já referida, banda branca na face inferior da asa posterior.
Distribuição:
No nosso país esta espécie poderá ser observada em todo o território e parece ser uma espécie abundante. Na Europa é comum nas regiões do sul sendo rara no Reino-Unido o seu limite norte de distribuição parece ser o Norte da Alemanha. É uma espécie migradora que prefere locais quentes com altitudes máximas de 1000 metros.
Habitat:
Este lepidóptero pode ser encontrado em diversos habitats sempre com a presença de algumas leguminosas.
Alimentação:
A lagarta desta pode alimentar-se de várias espécies da família Fabaceae como as ervilheiras Pisum spp. ou os codeços Adenocarpus complicatus. Esta espécie associa-se com formigas, que vivem dentro das vagens das espécies das quais a borboleta se alimenta enquanto larva ou adulto.
Medias de conservação:
Sendo uma espécie vulgar e de ampla distribuição, esta espécie parece não necessitar de medidas direccionadas à sua conservação.
Dimensões:
A envergadura desta espécie está compreendida entre os 30 e os 35 milímetros.
Estatuto de conservação:
Em Portugal parece ser uma espécie comum e, em principio, não ameaçada.
Observações:
Esta espécie foi observada e fotografada no início de Agosto e em Outubro de 2009 na região de Urrós (conselho de Mogadouro) dentro dos limites do PNDI.
Referências e Sites:
Maravalhas, E. (ed.), 2003, As Borboletas de Portugal. Porto.
Tolman, T. e Lewington, R., 2008, Collins Butterfly Guide: The Most Complete Field Guide to the Butterflies of Britain and Europe, England.
Sariot, M.G.M., 1995, Mariposas Diurnas de la Provincia de Granada. Granada.
http://www.tagis.org/
http://www.eurobutterflies.com/
www.ukbutterflies.co.uk
www.butterfly-conservation.org
domingo, 18 de abril de 2010
Talpa occidentalis
Taxonomia:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Mammalia
Ordem: Insectivora
Família: Talpidae
Género: Talpa
Espécie: Talpa occidentalis
Nome comum: Toupeira
As recordações mais antigas que tenho desta espécie, são do tempo que passei a percorrer os canais de rega à procura dos teus túneis (uma verdadeira dor de cabeça para quem regava, pois, os túneis desta espécie são capazes de desviar toda a água de um rego-da-pé) em quanto o meu pai regava o milho e as batatas, e as armadilhas que o meu avô colocava na horta para apanhar este bicharoco.
Mais recentemente, este ano, enquanto regressava de mais um dia de campo, tropecei numa toupeira que estava algo tonta no meio da estrada, lá encostei o carro para tirar o bicho da estrada e coloca-lo em local mais seguro, coisa que não consegui fazer sem levar uma valente dentada… coisas do ofício….
Identificação: As toupeiras são os únicos mamíferos europeus com vida tipicamente hipógea, à qual se adaptaram de uma forma muito eficaz, podendo passar debaixo da terra longos períodos, sem necessidade de ter que sair à superfície, que normalmente apenas o fazem em três tipos de situações: para beber no tempo de estio, durante a dispersão dos juvenis e na época de reprodução para a procura de parceiro(a).
A família das toupeiras distribui-se pela Europa e Norte da América, com 3 sub-famílias, 12 géneros e 31 espécie, das quais duas ocorrem na Península Ibérica: a Talpa europaeus (Linnaeus, 1758) e a Talpa occientalis (Cabrera, 1907), sendo que apenas a última tem distribuição no nosso território.
De corpo cilíndrico e compacto, esta espécie está dotada de umas patas posteriores poderosas, com uma orientação para o exterior de modo a facilitar a sua actividade escavadora. A sua pelagem é muito densa, geralmente de cor negra, contudo, por vezes também podem apresentar tonalidades prateadas, avermelhadas ou mesmo violeta.
O tacto é o sentido mais desenvolvido da toupeira, particularmente na ponta do seu focinho, no qual se encontram uns pêlos sensoriais chamados de vibrissas, que movem constantemente para detectar as suas presas. Muito embora o olfacto e o ouvido também sejam funcionais nesta espécie, este sentidos, não estão muito desenvolvidos, enquanto que a visão é um sentido que por não o utilizar, está atrofiado.
Espécies similares: Em Portugal não existem espécies similares ou que possam ser confundidas com estas.
Distribuição: Esta espécie é um endemismo ibérico, e é comum no nosso país, apresenta uma distribuição amplia de Norte a Sul de Portugal.
Habitat: Esta é uma espécie bastante ubíqua, podendo ser encontradas em qual tipo de habitat desde que o solo seja idóneo para a sua actividade escavadora.
Biologia: A sua actividade escavadora não cessa e as galerias que conduzem à cavidade onde se encontra o ninho, vai sendo cada vez maior. As galerias têm uma dimensão média de 5cm de largura e 4cm de altura, podendo somar mais de 150 metros de comprimento, contudo o comprimento médio das galerias é de 40-50 metros. A toupeira não é um animal social, quando se cruza ocasionalmente com um congénere, são disputadas ferozes lutas, durante a época do cio, estas, podem originam muitas vezes na morte de um dos envolvidos.
Reprodução: O macho da toupeira está activo antes da fêmea, o que ocorre normalmente entre Dezembro e Janeiro, a cópula acontece geralmente em Fevereiro e Março. Após uma gestão de 4 a 6 semanas, nascem 3 -5 crias nuas que pesam apenas 3,5 gramas. Os partos ocorrem numa cavidade no subsolo onde se encontra o ninho que é de forma quase esférica, podendo no máximo alcançar os 150cm de largura e os 50cm de altura, com paredes muito lisas, o ninho é composto por folhas, raízes e erva seca, onde coloca no seu interior as suas crias. Estas, são amamentadas durante 28 ou 35 dias, após este período começam a alimentar-se sozinhas.
Alimentação: A sua alimentação é baseada sobretudo em minhocas, que podem constituir 90 a 100% da sua dieta no Inverno, percentagem que baixa para 50% no Verão, esta espécie complementa o seu regime alimentar com pequenos repteis e roedores, ao qual adiciona raízes, tubérculos assim com alguns frutos
Longevidade: Atingem a maturidade sexual entre os 6 e 12 meses, e podem atingir os 5 anos de idade, contudo o normal é não superarem os 3 anos de vida.
Curiosidades: A toupeira tem um metabolismo muito elevado, o que o obriga a consumir elevadas quantidades de alimento, por dia é capaz de comer o equivalente a 50 ou 100% do seu peso (imaginem ter que comer diariamente pelo menos metade do vosso peso!!!!). Esta espécie, se estiver mais de 24 horas sem comer morre, alguns autores referem que as fatalidades podem ocorrer a partir das 10 ou 12 horas sem se alimentar.
Ameaças: Devido à sua actividade hipógea, raramente são incluídos na dieta de outros animais, contudo podem ser consumidos por texugos, raposas e rapinas nocturnas. O homem é considerado o principal inimigo natural e histórico, que vê nesta espécie, um indesejável visitante dos seus campos.
Estatuto de conservação:
De acordo como o Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal (LVVP), a toupeira é um Endemismo Ibérico e está classificado como “Pouco preocupante”.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Cicconia cicconia azul
Numa pequena aldeia da Alemanha, chamada de Biegen, onde normalmente não se passa nada, é agora um sítio de atracção turística para os ornitólogos, visto que na chaminé mais alta desta aldeia nidifica uma Cegonha branca, mas de cor azul!
O certo é que entre discussões e conversas, a famosa cegonha converteu-se numa estrela, se a sua plumagem é natural ou acidental, é o que menos importa, o importante é que a torna singular.
Podem ver um pequeno filme desta raridade AQUI.