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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Apontamentos fugazes – acústica de Miniopterus schreibersii


O Miniopterus schreibersii é uma das espécies de morcegos da nossa fauna mais complicadas de distinguir acusticamente, contudo, esta espécie tem algumas características acústicas que são muito particulares, senão vejamos:
1 – Frequência Máxima de Energia (FMaxE) em mais de 90% dos casos situa-se entre os 50-52 kHz, com extremos situados entre os 48-54.

1 – Grande parte dos pulsos de navegação têm uma duração superior a 8 ms, o que é raro nos Pipistrellus.

2 – A transição entre a parte modelada e a mais constante é progressiva o que dá uma forma mais arredondada ao pulso.

4 – A irregularidade dos pulsos de navegação é bastante evidente além da irregularidade dos pulsos visível nos sonogramas, os intervalos entre pulsos (IP) também são bem marcados podendo alternar entre IP curtos (60-80 ms) e IP’s longos (> 200 ms).

5 – Os “Feeding buzz” são normalmente longos e a fase I (fase de aproximação) muito curta ou por vezes mesmo ausente.

6 - os “Social Calls”, mais raros que os "Feeding buzz", são muitas vezes complexos, constituídos por vários pulsos, como uma grande variabilidade entre pulsos.


sábado, 27 de outubro de 2018

Atlas dos morcegos de Portugal online

O projeto Atlas dos morcegos de Portugal continental surgiu com o objetivo global de fazer uma atualização desta informação, tendo como objetivos específicos: (1) Cartografar a atual distribuição das espécies de morcegos em Portugal continental; (2) Alimentar uma base de dados georeferenciada que permita um acesso fácil e generalizado à informação; (3) Descrever padrões de riqueza específica de quirópteros e (4) Disponibilizar informação para investigação, planeamento e gestão aplicados à conservação de morcegos.
A concretização destes objetivos resultou de um grande esforço coletivo, que se valoriza e que se pretende que continue no futuro. Só assim se conseguirá fazer face à constante necessidade de ajuste e atualização da informação deste Atlas, particularmente para as espécies que são difíceis de identificar ou que serão sujeitas a revisões taxonómicas.
O Atlas foi publicado em papel em 2013 e o ICNF disponibilizou agora a versão digital do documento, que pode ser visualizado ou descarregada clicando encima da foto. 


Para facilitar a busca de informação por espécie, foram também disponibilizadas as páginas relativas a cada umas espécie que podem ser visualizadas ou descarregadas, clicando sobre cada uma da fotos.
Rhinolophus ferrumequinum, Morcego-de-ferradura-grande

Rhinolophus hipposideros, Morcego-de-ferradura-pequeno

Rhinolophus mehelyi, Morcego-de-ferradura-mourisco


Rhinolophus euryale, Morcego-de-ferradura-mediterrânico

Myotis myotis, Morcego-rato-grande

Myotis blythii, Morcego-rato-pequeno

Myotis escalerai, Morcego-de-franja do Sul

Myotis emarginatus,Morcego-lanudo

Myotis mystacinus, Morcego-de-bigodes

Myotis bechsteinii, Morcego de Bechstein

Myotis daubentonii, Morcego-de-água

Pipistrellus pipistrellus, Morcego-anão

Pipistrellus pygmaeus, Morcego-pigmeu

Pipistrellus kuhlii, Morcego de Kuhl

Hypsugo savii, Morcego de Savii

Eptesicus serotinus, Morcego-hortelão-escuro

Eptesicus isabellinus, Morcego-hortelão-claro

Nyctalus noctula, Morcego-arborícola-grande

Nyctalus lasiopterus, Morcego-arborícola-gigante

Nyctalus leisleri, Morcego-arborícola-pequeno

Plecotus austriacus, Morcego-orelhudo-cinzento

Plecotus auritus, Morcego-orelhudo-castanho

Barbastella barbastellus, Morcego-negro

Miniopterus schreibersii, Morcego-de-peluche

Tadarida teniotis, Morcego-rabudo



quinta-feira, 21 de junho de 2018

Apontamentos fugazes: morcego-rabudo (Tadaria teniotis)


O morcego-rabudo (Tadaria teniotis) é uma espécie de distribuição Paleártica, comum em toda a área mediterrânica, em particular em Portugal, Espanha, toda a franga do sul da Europa até aos Balcãs, Turquia, Israel, Palestina e Jordânia. No norte da África, a sua presença é confirmada em Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egito. Em Portugal, em áreas de habitat adequado é uma espécie relativamente comum. As suas colónias são muito variáveis, podendo ser de poucos indivíduos até algumas centenas. É uma espécie eminentemente sedentária mas de grande mobilidade circadiana, que se alimenta em espaços abertos, a várias dezenas ou mesmo centenas de metros acima do solo, sobre espaços temperados e/ou semi-áridos, assim como zonas húmida (e.g. por cima de grandes massa de água), onde caça espécies á deriva ou levadas por massa de ar, em particular lepidópteros.
Poderão saber mais detalhes sobre esta espécie AQUI

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Atividade de morcegos no Inverno

Foi recentemente publicado um artigo sobre actividade de quirópteros no Inverno, intitulado “Winter activity of bats in Mediterranean peri-urban deciduous forests”, do qual deixo aqui o resumo



Resumo:
“Embora os quirópteros da família dos Vespertilionidae hibernem durante o inverno para minimizar o gasto de energia nos meses mais frios, nas regiões temperadas as interrupções no torpor podem ser bastante frequentes. O objetivo do nosso estudo, foi realizar uma caracterização preliminar dos padrões de atividade de quirópteros durante o Inverno em florestas de folhosas periurbanas mediterrâneas do Norte de Portugal. A atividade de quirópteros foi registada entre Novembro e Fevereiro e a deteção de pulsos de navegação de morcegos foi regularmente detectada nas noites mais quentes, com temperaturas acima de 4,6 ° C, nos meses de novembro (89,9%), dezembro (3,7%) e fevereiro (6.4%) e sem atividade detectada em janeiro. As espécies mais registradas foram Pipistrellus pygmaeus, P. pipistrellus e P. kuhlii.A atividade de socialização concentrou-se principalmente em novembro (96,8%), raramente em fevereiro (3,2%) e ausente em dezembro e janeiro. Em relação ao melhor modelo, obtido pelo método do Modelo Múltiplo de Inferência (MMI) para explicar a variação das passagens de morcego, os principais fatores que influenciaram positivamente foram o período noturno da monitorização e a temperatura, com influência negativa, a precipitação registrada nas 48 horas antecedentes à monitorização revelou ser significativa. Relativamente à actividade de socialização, as variáveis que demostraram ter influências positivas significativa foram: a humidade, temperatura e velocidade do vento e com influência negativa, a precipitação registrada nas 48 horas antecedentes à monitorização. Os resultados deste estudo aportam uma base preliminar promissora para os estudos de atividade de quirópteros na época de hibernação, demonstrando que as condições meteorológicas atuais e as que prevaleceram nas últimas 48 horas podem desempenhar um papel importante na interrupção de torpor dos quirópteros.Com a finalidade de melhorar a conservação deste grupo faunístico, deverão ser desenvolvidos esforços na investigação acústica de inverno para uma compreensão completa dos padrões de atividade de morcegos, com objectivo de enfrentam os potenciais impactos das alterações climáticas globais que se espera que ocorram na região do Mediterrânica.”


Quem estiver mais interessado pode descarregar e ler o artigo completo AQUI

sábado, 25 de novembro de 2017

Entrevista sem filtro: Barbastella barbastellus

Em poucas palavras como é que se descreveria?
Onde é que mora?


Qual sua comida favorita?

Como é sua vida familiar?

Você está ameaçado ou ameaçado por alguma coisa?

Qual é a melhor coisa mais interessante sobre você?

domingo, 1 de outubro de 2017

Porque é que os morcegos dormem de cabeça para baixo?


Quando se fala sobre morcegos como os mais pequenotes, uma das perguntas mais frequente é: Porque é que os morcegos dormem de cabeça para baixo?



De facto, para os humanos dormir de cabeça para baixo é incompreensível. Então qual é a principal razão pela qual estas criaturas optaram por passar o dia dormindo de cabeça para baixo e passarem todo o inverno nesta postura? A principal razão é para diminuir a possibilidade de predação, esta posição é uma estratégia evolutiva que permite escolher locais altos ou pouco acessíveis onde os predadores terrestres não são capazes de aceder. Esta postura tem outras vantagens para evitar predação, entre as quais, poderem entrar em voo muito rapidamente, visto que estando em locais altos, apenas têm que se deixar cair para entrarem em voo.



Outra pergunta que a pequenada faz é: eles não se cansam de estarem pendurados de cabeça para baixo?




Contrariamente à grande maioria dos animais, incluindo os seres humanos, que temos que fazer força para fechar as extremidades dos nosso membros, os tendões dos morcegos sofreram adaptações de tal maneira que a postura de estarem pendurados não requer qualquer gasto de energia ou força, já que o seu próprio peso faz como que a exterminada dos dedos dos pés fechem por intermédio de um tendão adaptado para o efeito. Deste nodo, a postura de pendurado de cabeça para baixo não requer qualquer contração muscular e esta adaptação é tão eficaz, que muitas vezes são encontrados morcegos mortos nesta posição.



sábado, 6 de maio de 2017

Um fungo, duas realidades

 Myotis blythii infetado com Pseudogymnoascus destructans

Atualmente uma das maiores ameaças para a biodiversidade faunística é a emergência de doenças e infeções, que na maioria das vezes são causados por distúrbios antropogénicos que contribuem substancialmente para esses surtos de doenças e infeções. Grande parte dos agentes patogénicos da fauna selvagem, são de origem bacteriológica ou viral, embora poucas espécies de fungos causam doenças graves em mamíferos devido à sua elevada temperatura corporal e ao seu sistema imunitário eficaz, atualmente as infeções fúngicas têm tido uma atenção especial.
Myotis blythii infetado com Pseudogymnoascus destructans

No que respeita aos quirópteros, o fungo Pseudogymnoascus destructans (antes designado de Geomyces destructans) é o agente causador da síndrome do nariz branco (WNS - sigla do Inglês White-Nose Syndrome). Considerada uma epidemia de grandes proporções e encarada atualmente como uma das maior ameaça para os morcegos da América do Norte, o WNS é responsável por um declínio sem precedentes nas populações de morcegos. Este fungo, combina algumas das piores características epidemiológicas possíveis, incluindo ser um agente patogénico altamente virulento, ter um reservatório ambiental natural, ser persistente de longo prazo em abrigos de hibernação e poder ter múltiplos hospedeiros (indivíduos e espécies).
Myotis blythii infetado com Pseudogymnoascus destructans


A maioria dos morcegos em regiões temperadas entram em hibernação sazonal, tempo em que reduzem sua taxa metabólica e diminuem a temperatura corporal até se aproximar da temperatura ambiente do abrigo de hibernação, o que pode alterar a resposta imunológica a agentes patogénicos, deste modo durante a hibernação, os morcegos estão vulneráveis à infeção pelo fungo Pseudogymnoascus destructans, que emergiu como um novo agente patogénico no leste da América do Norte em 2006, onde até à já matou mais de 7 milhões de morcegos! Os estudos realizados na Europa têm demonstrado um elevado grau de endemicidade deste fungo nos morcegos europeus, os dados sugerem uma tolerância por parte dos morcegos a este fungo, entrando numa interação equilibrada entre hospedeiro e agente patogénico e por isso não causando mortalidades significativas. Contudo, qualquer alteração em qualquer um das variáveis deste equilíbrio pode desencadear uma mudança drástica neste complexo sistema hospedeiro e agente patogénico. Embora a origem do WNS na América do Norte permanece desconhecida, esta discrepância na virulência (mortalidade) entre os dois continentes, têm apontado para uma introdução (humano e acidental) do continente europeu para o continente Norte Americano.