domingo, 22 de maio de 2016

Caga-lume, vaga-lume ou pirilampo


Fêmea adulta de Lamprohiza paulinoi

Os caga-lume, vaga-lume ou simplesmente pirilampos como são conhecidos vulgarmente, pertencem aos insetos Coleópteros das famílias Elateridae, Phengodidade ou Lampyridae, que têm como características mais chamativas, a capacidade de emitirem luz fosforescente. Em Portugal existem pelo menos 10 espécies diferentes de pirilampos, com comportamentos distintos, pelo que saber se é um macho ou fêmea, se está pousado ou a voar e se é uma larva ou adulto pode ajudar na sua identificação. 

Fêmea e macho adultos Lamprohiza paulinoi

Em Trás-os-Montes uma das espécies que podemos encontrar é a Nyctophila reichii, uma das espécies mais comum da Península Ibérica ou esta (Lamprohiza paulinoi) que estão nas fotos deste post. Tanto as larvas como os adultos têm a capacidade de emitirem luz nos seus últimos segmentos abdominais, através da oxidação de uma proteína chamada luceferina. Embora ambos sexos possam emitir luz, as fêmeas são as que emitem de uma forma mais frequente e contínua, tendo como objetivo atrair os machos.
Fêmea e macho aldulto Lamprohiza paulinoi

As fêmeas adultas são de tons laranja ou rosados, são ápteras (têm apenas asas rudimentar não funcionais) e normalmente brilham com luz contínua no solo ou em cima de plantas, rochas ou troncos. Têm geralmente duas grandes barras de luz no antepenúltimo e penúltimo segmento e dois pontos de luz no último segmento.
Os machos são castanhos por cima e amarelentos por baixo, têm olhos grandes e um pronotum bem desenvolvido, são voadores e raramente brilham, quando o fazem, fazem-no através de dois pontos de luz no último segmento.

Fêmea e macho aldulto Lamprohiza paulinoi

sábado, 7 de maio de 2016

Myotis myotis o “peneireiro” dos morcegos


Em Portugal o morcego-rato-grande (Myotis myotis) é uma espécie colonial, de ocorrência mais frequente no norte e centro do nosso País.


È um espécie eminentemente cavernícola, podendo ocasionalmente utilizar edifícios.


A particularidade desta espécie é que uma das poucas espécie europeias especializada em predação epigeica de invertebrados não voadores, que captura no solo em campo aberto.


A sua dieta é composta por aproximadamente 80% de invertebrados da Ordem dos Coleoptera (Carabidae, Silphidae, Cerambycidae, Curculionidae e Scarabaeidae) e os restantes 20% por insetos da Ordem dos Lepidoptera, Diptera, Chilopoda e Araneae.


Esta espécie quando caça, voa a 30-70 cm acima do solo (ou superfície de caça), localizando as suas presas, não por ecolocalização como a maioria dos morcegos da nossa funa, mas pela audição do barrulho que os próprios insetos fazem.



As suas asas largas são uma adaptação morfológica evolutiva neste tipo de caça, que lhes permite após a localização das presas pairar durante 2-5 segundos para preparar o ataque e capturar a presa no solo, um comportando muito típico de algumas aves de rapinas como por exemplo o peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus).