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domingo, 15 de maio de 2011

O que parecia ser não era

  Callimorpha (Euplagia, Panaxia) quadripunctaria

Andava pelo campo, quando ao longe vi o que me parecia ser uma Callimorpha (Euplagia, Panaxia) quadripunctaria, espécie prioritária do Anexo B-II da Directiva habitat, cuja conservação exige a designação de Zona de Especial Conservação. Disse então para os meus botões,”É desta vez que consigo tirar umas fotos de jeito a esta gaja”.
Azar! Ou mais sorte, pois verifiquei que não se tratava da “gaja”, mas sim de uma Atlantarctia tigrina, borboleta nocturna que nunca tinha observado e fotografado!
 Atlantarctia tigrina

A Atlantarctia tigrina, tem uma envergadura de 41-51 mm. E pode ser confundida com a Arctia caja, duas das principais diferenças entre estas espécies são a banda alaranjada na bordadura das asas inferiores e a ponta do abdómen preto, presente na Atlantarctia tigrina, e ausente na Arctia caja.
 Atlantarctia tigrina

Atlantarctia tigrina

 O seu período de voo é normalmente entre Abril e Junho.

sábado, 2 de abril de 2011

O mundo das Borboletas

Os invertebrados são um dos grupos que menos atenção tem recebido no campo da conservação. Entre estes, os insectos, provavelmente sejam os que mais importância têm no funcionamento dos ecossistemas, e a ordem mais numerosa a nível mundial é a dos Lepidópteros, com cerca de 165 mil espécies conhecidas até ao momento.

As borboletas, com os demais seres vivos, tem sofrido transformações por processos de especialização definidos pelos diferentes ecossistemas, as espécies com as quais coabitam e a maneira de se defenderem dos predadores, sendo esta ultima, a razão principal das alterações evolutivas. Os meios de defesa das borboletas são passivos, em que a sua defesa não é realizada por meio de ataques mas sim por meio de sinais, características morfológicas e de comportamento que repulsam ou enganam os seus predadores. O mimetismo é um método de defesa no qual um indivíduo de uma espécie se assemelha a outra ou outras, difere da camuflagem, o qual ocorre quando uma espécie se assemelha a algo (objecto) não apetecível pelo predador. Estes fenómenos apenas ocorrem na natureza quando uma espécie tem o tempo suficiente para se adaptar a uma região e às espécies que nela coabitam.

Existem diversos tipos de mimetismo: mimetismo mülleriano, mimetismo batesiano e complexos miméticos, de seguida são resumidos alguns aspectos importantes sobre os mecanismos de defesa das borboletas baseados na sua coloração.
Coloração críptica: as borboletas com este tipo de coloração, adoptam um aspecto do fundo da envolvência do seu habitat, que não interessa aos predadores para procurar alimento. Entre estas borboletas são comuns as cores pardas, amareladas, cinzas ou esverdeadas.
Coloração aposemática: é um sinal de advertência para os predadores, pois as borboletas que as possuem são geralmente de sabores desagradáveis ou tóxicos. As cores que predominam nas espécies com este tipo de coloração são o preto, vermelho e amarelo. O objectivo desta coloração é fazer com que os predadores relacionem a cor com o mau sabor, adquirida pela experiência desagradável, evitando assim comer espécies com o mesmo padrão de coloração.
Mimestismo: O mimetismo ocorre quando uma espécie possui uma coloração similar a outra com a finalidade de advertir ou enganar os predadores, dependendo disto, o mimetismo pode ser mimetismo batesiano ou mimetismo mülleriano.
Mimetismo batesiano: Foi descoberto por Henry W. Ba-tes en 1862 na floresta do Brazil. Consiste em borboletas terem a capacidade de imitarem quase na perfeição espécie de borboletas não comestíveis. As espécies imitadoras são denominadas de cópias e as imitadas são denominadas de modelos. Neste tipo de mimetismo as cópias obtêm vantagens da experiência desagradável que os predadores tiveram com as espécies modelo, contudo a espécie modelo tem desvantagem pela presença de cópias, visto que estas aumentam a probabilidade de um predador comer uma cópia e que a associação entre aposematismo e impalatabilidade seja destruída.
Mimetismo mülleriano: Foi denominado pela primeira vez pela Alemã Fritz Müller em 1881, quando descobriu que diferentes espécies com colorações aposemáticas e não comestíveis que vivem numa determinada região, se copiam reciprocamente de modo a que o seu aspecto exterior convirja a um número reduzido de padrões e cores.

Ficam aqui alguns registos fotográficos deste grupo que tenho feito pelo Norte de Portugal.

Argynnis Pandora
 

Argynnis paphia

Brintesia circe

Cerula iberica

Chondrostega vandalicia

Colias croceus

Euphydryas aurinia

Euplagia quadripunctaria

Eurranthis plummistaria

Glaucopsyche alexis

Gonepteryx rhamni
 

Hipparchia statilinus

Inachis io

Iphiclides feisthamelii

Issoria lathonia

Limenitis camilla

Maniola jurtina

Melanargia lachesis

Melanargia russiae

Melitaea deione

Nymphalis polychloros

Orgyia antiqua

Pieris napi

Polygonia c-album

Polyommatus icarus

Pontia daplidice

Psilogaster loti

Pyronia bathseba

Pyronia Cecília

Pyronia tithonus

Sartyrium esculi

Saturna pavonia

Scoliopteryx libatrix

Vanessa cardui

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Lampides boeticus


Identificação:
A Lampides boeticus é uma espécie de lepidóptero diurno da família LYCAENIDAE. Esta borboleta apresenta, na face inferior das asas, tons castanhos-claros, esbranquiçados e beges misturados em padrões irregulares. Também nesta face da asa posterior pode ser observado um ponto escuro orlado de colorações laranja e uma banda branca na região pós-mediana. A face superior apresenta um tom violeta profundo, os bordos marginais escuros e dois pontos negros orlados de branco. São também evidentes as fímbrias de cor branca.
Espécies similares:
Em Portugal, esta espécie poderá ser confundida com a Leptotes pirithous da qual se distingue por apresentar a, já referida, banda branca na face inferior da asa posterior.
Distribuição:
No nosso país esta espécie poderá ser observada em todo o território e parece ser uma espécie abundante. Na Europa é comum nas regiões do sul sendo rara no Reino-Unido o seu limite norte de distribuição parece ser o Norte da Alemanha. É uma espécie migradora que prefere locais quentes com altitudes máximas de 1000 metros.
Habitat:

Este lepidóptero pode ser encontrado em diversos habitats sempre com a presença de algumas leguminosas.
Alimentação:
A lagarta desta pode alimentar-se de várias espécies da família Fabaceae como as ervilheiras Pisum spp. ou os codeços Adenocarpus complicatus. Esta espécie associa-se com formigas, que vivem dentro das vagens das espécies das quais a borboleta se alimenta enquanto larva ou adulto.
Medias de conservação:
Sendo uma espécie vulgar e de ampla distribuição, esta espécie parece não necessitar de medidas direccionadas à sua conservação.
Dimensões:
A envergadura desta espécie está compreendida entre os 30 e os 35 milímetros.
Estatuto de conservação:
Em Portugal parece ser uma espécie comum e, em principio, não ameaçada.
Observações:
Esta espécie foi observada e fotografada no início de Agosto e em Outubro de 2009 na região de Urrós (conselho de Mogadouro) dentro dos limites do PNDI.
Referências e Sites:
Maravalhas, E. (ed.), 2003, As Borboletas de Portugal. Porto.
Tolman, T. e Lewington, R., 2008, Collins Butterfly Guide: The Most Complete Field Guide to the Butterflies of Britain and Europe, England.
Sariot, M.G.M., 1995, Mariposas Diurnas de la Provincia de Granada. Granada.
http://www.tagis.org/
http://www.eurobutterflies.com/
www.ukbutterflies.co.uk
www.butterfly-conservation.org

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Colias croceus


Identificação:

A Colias croceus é um lepidóptero diurno da família PIERIDAE que é também a família das sobejamente conhecidas Borboletas-das-couves Pieris brassicae. Esta borboleta apresenta, na sua face inferior das asas, tonalidades maioritariamente amareladas a esverdeadas apresentando, na asa posterior, um distintivo conjunto de círculos brancos orlados por uma linha de tons acastanhados.

A face superior das asas apresenta igualmente coloração amarelada ou alaranjada com bandas marginais de tonalidades negras. Na asa posterior pode ser facilmente observado um círculo de tom laranja intenso. A fêmea pode ser distinguida do macho já que apresenta um tamanho ligeiramente superior e apresenta manchas amarelas na banda marginal da face superior das asas. A lagarta desta espécie apresenta tonalidade maioritariamente verde com uma evidente linha longitudinal de tom claro.

Espécies similares:

Em Portugal, esta espécie dificilmente poderá ser confundida com qualquer outra.

Distribuição:

No nosso país esta espécie poderá ser observada em todo o território e parece ser uma espécie abundante. Esta espécie perece ser bastante sensível a temperaturas baixas pelo que se acredita que esta espécie não será residente na região norte.

Esta espécie poderá ser encontrada nos países do centro e sul da Europa, no norte de África, no médio oriente, Ásia central e a sul dos montes Urais. Esta espécie realiza marcadas migrações estabelecendo populações migratórias em Países como o Reino Unido, a Escócia ou Irlanda.

Habitat:

Esta borboleta pode ser observada em diversos habitats sendo bastante associada a áreas abertas com bastantes flores com a presença de espécies de trevo ou luzerna.

Alimentação:

A lagarta desta espécie alimenta-se de várias espécies da família Fabaceae como a Luzerna Medicago sativa ou várias espécies de Trevo Trifolium sp. Os adultos alimentam-se do néctar de espécies como o Dente-de-Leão Taraxacum sp., cardos do género Centaurea ou mesmo de espécies de plantas aromáticas como o Orégão-vulgar Origanum vulgare.

Medias de conservação:

Sendo uma espécie vulgar e de ampla distribuição, esta espécie não parece necessitar de medidas direccionadas à sua conservação.

Dimensões:

A envergadura desta espécie está compreendida entre os 45 e os 55 milímetros.

Estatuto de conservação:

Em Portugal parece ser uma espécie comum e, em principio, não ameaçada.

Observações:

Esta espécie foi observada e fotografada no início de Agosto de 2009 na região de Picote (conselho de Miranda do Douro) dentro dos limites do PNDI e no início de Outubro de 2009 em S. Joanico no conselho de Vimioso.

Referências e Sites:

Maravalhas, E. (ed.), 2003, As Borboletas de Portugal. Porto.

Tolman, T. e Lewington, R., 2008, Collins Butterfly Guide: The Most Complete Field Guide to the Butterflies of Britain and Europe, England.

Sariot, M.G.M., 1995, Mariposas Diurnas de la Provincia de Granada. Granada.

http://www.tagis.org/

http://www.eurobutterflies.com/

www.ukbutterflies.co.uk

www.butterfly-conservation.org

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Laeosopis roboris


Identificação:

A Laeosopis roboris é uma espécie de lepidóptero diurno de coloração predominantemente castanha na face inferior de ambos os pares de asas. Nesta face é também bastante notório o tom alaranjado nas margens externas das asas ligeiramente mais intenso na fêmea e com pequenas denticulas negras. A face superior apresenta-se de coloração surpreendentemente contrastante em tons de escuros com apelativos tons violeta menos pronunciados na fêmea.

A espécie hiberna na fase de ovo sendo a lagarta de tom verde com uma linha lateral mais clara. A fase adulta pode ser observada entre Maio e Julho durante as primeiras horas da manhã por vezes em grandes números.

Espécies similares:

Em Portugal existe apenas uma espécie semelhante Neozephyrus quercus que se pode facilmente distinguir por esta não apresentar o tom laranja na face inferior.

Distribuição:

Na Europa pode ser encontrada na Península Ibérica e no Sudeste de França. Em Portugal é uma espécie presente em quase todo o território continental.

Habitat:

A espécie pode ser observada entre os 200 e os 1000m de altitude sempre em proximidade de linhas de água com a presença de freixos dos quais a lagarta se alimenta.

Alimentação:

Enquanto lagarta a espécie alimenta-se das folhas de Freixo (Fraxinus angustifolia), os adultos são frequentemente observados a alimentar-se de Umbelíferas (ex. Funcho Foeniculum vulgare).

Medias de conservação:

As principais medidas que poderão beneficiar esta espécie passarão pela preservação e recuperação de linhas de água e o aumento do conhecimento sobre a biologia, ecologia e distribuição da espécie.

Dimensões:

Esta espécie tem uma envergadura compreendida entre os 25 e os 33 milímetros.

Estatuto de conservação:

Em Portugal parece ser uma espécie comum e, em principio, não ameaçada.

Observações:

Esta espécie foi observada e fotografada no final de Julho de 2009 na região de Bemposta (conselho de Mogadouro) dentro dos limites do Parque Natural do Douro Internacional – PNDI.

Referências e Sites:

Maravalhas, E. (ed.), 2003, As Borboletas de Portugal. Porto.

Tolman, T. e Lewington, R., 2008, Collins Butterfly Guide: The Most Complete Field Guide to the Butterflies of Britain and Europe, England.

Sariot, M.G.M., 1995, Mariposas Diurnas de la Provincia de Granada. Granada.

http://www.tagis.org/

http://www.eurobutterflies.com/

http://lepidopteros.no.sapo.pt/