Nos anos 50’ foram construídas mais de 1100 casas
florestais, estrategicamente distribuídas pelo nosso País. As casas eram
caracterizadas por uma arquitetura muito particular, normalmente rodeadas de
povoamentos florestais e de terra “funda” e água para sustentar as hortas, que
eram a base alimentar dos guardas florestais e das suas famílias. Inicialmente ocupadas
pelos guardas florestais, que tinham como principal missão fiscalizarem as
áreas de baldio (denominado de Cantão) recentemente florestadas, (evitando que
o gado pastoreasse essas áreas) assim como fiscalizarem a caça e pesca. Contudo
após algumas dezenas de anos estas casas, devido a diversos fatores, foram
sendo abandonadas.
Embora o abandono das casas possa favorecer a
ocupação de morcegos (nas áreas antigamente utilizados pelos humanos), contudo a
maioria dos morcegos estão localizados em zonas “mortas” (sótãos e entre o
forro e as telhas), que podem utilizar independentemente de estarem abandonadas
ou não.
O abandono destas casas tem possibilitado a prospeção
e deteção de morcegos, aumentando assim o conhecimento sobre a sua
distribuição, em particular, espécies classificadas com Informação Insuficiente
(DD).
As espécies mais frequentemente observáveis nestas
casas, diferem do tipo de localização, assim entre o forro e telhas,
encontramos normalmente as espécie do género pipistrellus e Nyctalus leisleri
no sótão, os Barbastella barabstellus
e Plecotus sp. e nas divisões
antigamente ocupadas por humanos podemos encontra espécies do género Rhinolophus e um ou outro Myotis “pequeno” em particular Myotis emarginatus.
Barbastella barabstellus
Plecotus auritus
1 comentário:
Sei que também existem alguns morcegos numa casa abandonada perto da minha. É um dos grupos de vertebrados que mais me fascina!
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