domingo, 9 de janeiro de 2011

Microtus lusitanicus




Taxonomia:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Família: Cricetidae
Família: Arvicolinae
Género: Microtus
Espécie: Microtus lusitanicus
Nome comum: Rato-cego

Identificação: Espécie de pequeno tamanho (CC: 77,5-105,0 mm), com cauda, orelhas e patas curtas (C: 17,0-30,0 mm; O: 6,5-10,0 mm e P:13-16 mm) e pesando apenas 14,0 a 19 gramas.
A forma do seu corpo está perfeitamente adaptada à sua vida subterrânea, tem uma boca pequena com os incisivos superiores ligeiramente projectados para a frente. A coloração do seu dorso é cinzento (variando do escuro ao claro) que por vezes apresenta reflexos ocres nos flancos. A sua cauda é bicolor com a parte superior mais escura. Os dois pares de mamas estão localizados em posição inguinal. Cabeça alta e arredondada com uma fórmula dentária 1.0.0.3/1.0.0.3.
Espécies similares: Na Península Ibérica a espécie mais similar é o Microtus duodecimcostatus (Rato-cego-mediterrânico), mais robusto, e com cauda unicolor.
Distribuição: Presente no quadrante Noroeste da Península Ibérica e no extremo Sudoeste de França. Na Península Ibérica o limite Este da sua distribuição situa-se no Norte de Navarra e Huesca baixando para Sul pela Rioja, Soria e as serras de Gredos e Gata. Em Portugal penetra pela Serra da Estrela estendendo-se pelo norte e pelo sul até Setúbal.
Habitat:
Ocorre em habitats muito diversos, podendo ser observado em zonas naturais (margens de pequenos rios, florestas de castanheiros e carvalhos) ou agrícolas (plantações de batata, cenouras, arrozais e pomares), sendo que a sua ocorrência está muito condicionada à presença de solo pouco densos e húmidos e com uma densa cobertura vegetal.
Biologia: A organização social desta espécie é pouco conhecida, assim como as outras espécies deste género, o Rato-cego provavelmente organiza-se em pequenos grupos familiares, que inclui um casal reprodutor e jovens de várias idades. È um espécie escavadora que utiliza as patas dianteira e os dentes para fazer os túneis. O sistema de galerias consta de túneis superficiais (até 15 cm de profundidade), construídos para se alimentarem e fugirem rapidamente e um conjunto de túneis mais profundos (até 40 cn) onde estão localizadas as câmaras de armazenamento de alimento e os ninhos.
Reprodução: Este género pode ser afectada pelas condições climatéricas e de disponibilidade alimentar, mas em condições normais mantêm-se sexualmente activos durante todo o ano. As fêmeas atingem a maturidade sexual às cinco semanas de vida e os machos às sete. Têm um gestação de 22 a 24 dias, o número de crias varia de um a cinco, sendo que três crias é o número médio e mais frequente. As crias nascem desprovidas de pêlo e com os olhos fechados e pesam cerca de 1,5 gramas. O pêlo começa a aparecer ao fim de 3 dias e ao fim de duas semanas assemelham-se aos seu progenitores.
Alimentação: É uma espécie herbívora com uma dieta baseada em espécies geofítas. A selecção do tipo de alimentação depende principalmente do ciclo de crescimento da vegetação, sendo que no Inverno e Primavera, consome folhas e pequenos caules, já no Outono e Verão a sua dieta baseia-se em pequenos bolbos, sementes e pequenos tubérculos.
Longevidade: Têm uma longevidade máxima de 6 anos, vivendo em média 4 a 5 anos.
Curiosidades: Ocasionalmente, quando atinge elevadas densidades pode constituir uma praga para a agricultura, as culturas mais afectadas são as fruteiras e hortícolas.
Medidas de gestão: Quando esta espécie se torna uma praga nos meios agrícolas, a mobilização do solo e controlo da vegetação é uma medida muito eficaz para o controlo da população.
Medidas de conservação: É uma espécie abundante e com uma ampla distribuição ampla, pelo que até à data não se afigura necessária a implementação de medidas de conservação.
Estatuto de conservação:
De acordo como o Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal (LVVP), o Rato-cego está classificado como “Pouco preocupante” (LC).
Referências e Sites:
Mira, A., Mathias, M.L. 2007. Microtus lusitanicus (Gerbe, 1879). In: Atlas y libro rojo de los mamíferos terrestres de España. Edited by L.J. Palomo, J. Gisbert, J.C. Blanco Ministerio de Medio Ambiente, Tragsa, Madrid. pp. 418-421.

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