Rede e dinâmica de uma colónia de Miniopterus schreibersii
Contrariamente às aves que fazem migrações de longa distância, as migrações dos morcegos são mais curtas e na sua maioria de âmbito regional, restringindo-se essencialmente a migrações entre os abrigos de hibernação, que oferecem condições propícias para hibernar (temperatura humidade) e os de criação, que por norma são mais ricos em recursos tróficos. Assim a localização dos abrigos não é definida pela sua localização (norte ou sul)., mas sim, pelas condições internas e a sua envolvente, deste modo podemos observar rotas de migração de várias direções.Um dos casos de migração regional mais bem estudados é o Miniopterus schreibersii, uma espécie tipicamente cavernícola e de voo rápido (50-60Km/h), a migração mais longa registada na Europa é de 550 Km e de 240 Km para Portugal. Esta espécie, no final do Inverno e início da Primavera, começa a realizar as suas migrações para os abrigos temporários e/ou satélites (também designados de abrigos equinociais) onde passam um curto tempo (2-15 dias), e de onde empreenderão viagem para os abrigos de criação. Estes abrigos satélites são abrigos, onde os recursos tróficos abundam e tem como principal objetivos, a recuperação da condição corporal perdida durante o período de hibernação e a segregação sexual da colónia, que nesta espécie é mais ou menos marcada espacial e temporalmente.
Colonia de Miniopterus schreibersii em hibernação
Os machos deixam
os abrigos tendencialmente de mais tarde dos que as fêmeas. Alguns autores
descrevem esta conduta como um comportamento adaptativo, tendo como objetivo
reduzir a competição interespecífica pelos recursos alimentares na primavera,
quando as necessidades energéticas são maiores para as fêmeas que se encontram
prenhes, outros autores defendem que este comportamento se deve à necessidade
das fêmeas em se deslocarem para abrigos mais quentes de modo a iniciarem o
desenvolvimento embrionário mais rapidamente.
Macho de Miniopterus schreibersii anilhado
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