Myotis alcathoe
Um
dos principais problemas da taxonomia moderna, é a delimitação do que é considera
da uma espécie nova ou não. Os morcegos são a segunda Ordem mais numerosa de
mamíferos e com uma distribuição mundial. O seu estudo taxonómico esteve
estável até à segunda metade do século XX, tornando-se intensivo durante as
últimas décadas.
O
papel crescente dos estudos moleculares aumentou repercutindo-se no número de novas
espécies de morcegos cientificamente reconhecidas, através da confirmação de
antigas suspeitas ou de espécies mais raras como é o caso do Myotis alcathoe ou o Plecotus sardus.
Aplicação
de técnicas moleculares está a ser desenvolvias a um ritmo exponencial e os investigadores
acreditam no seu poder de alta resolução. Tendo em conta o estabelecimento das
extensivas bases de dados genéticas, o estudo da taxonomia dos morcegos através
da genética molecular foi fortemente estimulada. No entanto, existem muitos
resultados destes estudos que permanecem incertos e até questões de validação
sobre os resultados de estudos mais antigos que utilizavam técnicas diferentes.
Embora
existam sugestões sobre a magnitude das distâncias inter e intraespecíficas, a
última pode ser bastante variável, mesmo dentro do mesmo género. Por exemplo, a
distância entre três espécies do complexo de Miniopterrus "schreibersii"
é muito menor em comparação com as de outras espécies desse gênero, pelo que alguns
estudos tentam confirmam o “status”
da espécie das três formas do complexo. Em contraste, dentro do Pipistrellus kuhlii na Europa existem
três mtDNA distintos que formalmente estão ajustando ao nível de espécies distintas,
nas quais não foram encontrados obstáculos no fluxo genético das suas
populações. A partir dos estudos de taxonomia do gênero Eptesicus em geral e do complexo de espécies "Eptesicus serotinus" em particular,
foram verificados que os processos da evolução reticulada pode desempenham um
papel significativo na especiação e podem ser responsáveis por alguns dos casos
complicados de relações entre espécies e populações de morcegos. Embora a novos
métodos e técnicas de análises estejam a ser desenvolvidas para a identificação
formal de limites de espécies, ainda não existem ferramentas para géneros de
morcegos mais complicados.
Miniopterrus schreibersii
Definitivamente,
a maioria dos investigadores tentam utilizar vários conjuntos de dados para
resolver problemas taxonómicos particulares, este tipo de abordagem é designado
de "taxonomia integrativa".
No entanto, alguns investigadores apontam que não existem ferramentas para
tornar os estudos taxonómicos verdadeiramente "integrativos" já que a contribuição proporcional das diferentes
fontes de dados não é possível, deste modo propõem uma abordagem do tipo "taxonomia iterativa" concebido para
uma primeira abordagem de modo a revelar as "espécies candidatas" e assim verificar de forma coerente por
outras fontes de dados o estatuto da “espécie
candidata”.
Eptesicus serotinus
Embora
este problema seja global, a taxonomia nas regiões tropicais tem como principal
problema a falta de base de dados com a quantidade suficiente, enquanto nas
zonas temperadas o principal problema é a falta de base de dados com uma representação
estendida a toda as áreas de distribuição da espécie em estudo.
De
qualquer forma, a questão dos limites das espécies e da sua classificação exige
uma abordagem abrangente e consensual.
Bibliografia: Kruskop
(2016) Species and species delimitation problem in the bats. Archive of
Zoological Museum of LMSU, 54:161-190
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