Fojo é o nome dado à estrutura usada
para capturar Lobos. A origem deste tipo de armadilha perde-se na noite dos
tempos, mas poder-se-á apontar para a época em que o Homem se começou a dedicar
à pastorícia, e sentiu necessidade de defender o seu gado de um dos seus principais
predadores. A melhor solução era a sua captura e eliminação.
O engenho dos fojos,
deve-se não só ao curto alcance, precisão e baixa letalidade das armas de caça existentes, mas também à fugacidade destes animais. Do
mesmo modo que as alcateias funcionam segundo uma estratégia que passa pela
cooperação do maior número possível de membros do grupo, a eficácia dos fojos
também é proporcional à colaboração do número de indivíduos envolvidos, quer na
sua construção, quer no seu funcionamento. Esta ‘guerra’ de milénios entre
Homem e Lobo, fomentou a evolução destas armadilhas e permitiu o aparecimento de
vários tipos de fojo.
O abandono desta prática provocou
a degradação e mesmo o desaparecimento dos fojos, que não deixando de ser
instrumentos de morte, aos quais está associada uma conotação negativa (ou
positiva, dependendo do ponto de vista), são um importante património cultural, verdadeiros testemunhos vivos
de uma época de relação mais “íntima” entre o Homem e o Lobo.
Estudos arqueológicos e sócio-culturais permitiram
a identificação e o modo funcionamento de vários tipos de fojo existentes na Península
Ibérica.
Podemos então classificar cinco tipos de fojo: o Fojo simples, o Fojo
de Cabrita, o Fojo de paredes convergentes, o Fojo de ‘Curral’ e o Fojo de
alçapão.
O Fojo de alçapão, aqui em
destaque, seria constituído por uma estrutura rectangular em pedra, com
aproximadamente cinco metros de comprimento por três de largura, com uma rampa
lateral de acesso ao seu topo. Estaria coberto com uma estrutura de madeira
sobre a qual era colocado um isco (vivo ou morto). O Lobo ao pisar essa
estrutura accionava um mecanismo que a fazia cair e este ficava aprisionado no seu
interior.
Fonte: F. ALVARES, P. ALONSO, P. SIERRA E F. PETRUCCI-FONSECA. (2000)
Os vestígios de um dos poucos
exemplos conhecidos deste tipo de fojo, encontra-se na Serra do Alvão, no Parque Natural do Alvão, a cerca
de 1200m de altitude. Não é possível determinar a data da sua construção nem da
sua última utilização, mas quem conseguir encontrar estas ruínas no meio dos
afloramentos graníticos, poderá ver o que resta de uma estrutura rectangular em
pedra com 5m de comprimento por 3m de largura, com aproximadamente 1,5m de
altura e uma rampa lateral de acesso ao topo.
Fonte: F. ALVARES, P. ALONSO, P. SIERRA E F.
PETRUCCI-FONSECA. Os fojos dos Lobos na
Península Ibérica. Sua inventariação, caracterização e conservação. Galemys
12 (nº especial). 2000.
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