Indivíduo fotografado no Parque Natural do Alvão, junto ás Fisgas de Ermelo. |
Descrição:
Mais conhecido pelo termo popular “Lacrau” (Buthus occinatus - Escorpião Amarelo Europeu), pertencente à Classe Arachnida, Ordem Scorpiones, Família Buthidade, é o único representante da sua ordem em Portugal. O seu corpo é constituído por três partes: anterior ou prososoma; a mediana ou mesosoma; e terminal (caudal) ou metasoma. O mesosoma é constituído por uma camada de placas quitinosas que formam uma carapaça. É a meio do mesosoma que se encontram dois olhos medianos e nos bordos antero-laterais podem encontrar-se grupos olhos mais pequenos, de 2 a 5, todos olhos simples, embora a sua visão seja pouco desenvolvida, parecendo ser o tacto o sentido mais desenvolvido, que reside nas pectinas (pelos) que recobrem o corpo e os apêndices. As suas duas pinças, inseridas na extremidade frontal, são órgãos de captura e sensitivos. È no último segmento abdominal que se encontra o aparelho de veneno, constituído por duas glândulas de veneno e um aguilhão na extremidade. Essas glândulas conterão um volume de, aproximadamente, 8 ml de veneno. A sua coloração é de um tom amarelo-acastanhado.
Dimorfismo sexual: os machos são geralmente maiores do que as fêmeas.
Juvenil de aspecto e coloração semelhantes ao adulto.
Quando se desloca, coloca à frente as pinças, para sondar o terreno. |
Espécies similares:
Inconfundível devido ao seu aspecto, uma vez que não existem mais espécies do seu género em Portugal.
Distribuição:
Em Portugal distribui-se por todo o território nacional.
Biologia:
È uma espécie de hábitos nocturnos e crepusculares, podendo ser encontrada debaixo de pedras ou troncos durante o dia. São predadores activos principalmente de aranhas e insectos, podendo também consumir pequenos roedores, répteis e indivíduos da própria espécie. Nunca foram observados a beber e podem sobreviver muito tempo sem se alimentarem, constatando-se que de Outubro a Março, geralmente não se alimentam, encontrando-se mesmo assim acordados e “em guarda”, retomando a sua alimentação em Abril. Estão deste modo perfeitamente aptos a viver em ambientes áridos. A sua reprodução ocorre nos meses mais quentes. São ovovivíparos e podem nascer de uma só vez cerca de 50 crias, que permanecem protegidos no dorso da progenitora, durante duas semanas, até que ocorra a primeira muda de carapaça. Atingem a maturidade sexual ao fim 1 a 2 anos, e pode viver até aos 20 anos, uma vida solitária. Sendo os machos os que têm uma esperança de vida menor, uma vez são frequentemente devorados pelas fêmeas após o acasalamento.
Habitat:
Podem encontrar-se em todo o tipo de habitats, mas ocorrem geralmente em zonas áridas, abrigados debaixo de pedras, em galerias subterrâneas, troncos e raízes mortas de árvores abatidas.
Curiosidades:
Apesar de pertencer à Família Buthidae, onde se encontra as espécies mais tóxicas, os efeitos do seu veneno não são mortais (salvo raras excepções, como crianças de tenra idade), após a picada, os efeitos no local podem ser mínimos, mas a dor é muito intensa e o membro forma um edema, ficando parcialmente paralisado. Os sintomas vão desde a ansiedade, arrepios, cãibras musculares e hipotensão. Se não existir acompanhamento médico a dor pode durar horas e os sintomas até 2 dias, podendo persistir os sintomas neurológicos durante mais de uma semana. Quem anda no campo, geralmente á procura de répteis debaixo de pedras e troncos, deve ter especial cuidado, pois é frequente ter um encontro imediato com estas criaturas, e a probabilidade de sofrer uma picada é alta. A sua epiderme emite fluorescência quando iluminado por luz ultravioleta. Podem resistir a uma amplitude térmica que vai dos -10ºC aos 60ºC. Sobrevivem a um período de imersão de 2 dias, e possuem uma grande resistência à radioactividade, crê-se que são 150 vezes mais resistentes que o Homem, pelo que, se a extinção da espécie humana ocorrer devido a um holocausto nuclear, eles serão uma das espécies que assistirá ao nosso desaparecimento…. Na primeira fila….
Referências (fonte):