Taxonomia:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Urodela
Família: Salamandridae
Género: Chioglossa
Espécie: Chioglossa lusitanica
Nome comum: salamandra-lusitânica
Identificação:
Em adulto tem o corpo delgado com uma cauda muito alongada, ao longo do dorso possui duas listas de cor dourada, acastanhada ou alaranjada que se unem na zona da cauda. A cabeça é pequena e achatada, os olhos proeminentes em posição lateral. O ventre tem uma coloração cinzenta escura com pequenos pontos brancos. Mede entre
Espécies similares:
Em Portugal não existem espécies passíveis de serem confundidas com a Chioglossa lusitanica.
Distribuição:
Em Portugal, a espécie apresenta uma distribuição praticamente contínua na zona Noroeste e Centro/Oeste, tendo como limites a Este a Serra da Estrela, a Sul o Rio Tejo, e no Centro/Oeste, as Serras do Buçaco, Lousã e Alvelos.
Habitat:
A Chioglossa lusitanica, está restringida a zonas com um clima suave e com precipitações anuais elevadas, sempre superiores a 1000mm/m2. Geralmente prefere linhas de água corrente com vegetação abundante nas margens e atmosferas saturadas em humidade de sistemas montanhosos e com topografia acidentada Assim como ribeiros com acidez elevada de zonas de baixa ou média altitude, até aos 1000m de altitude (podendo ir até aos 1100m na Serra da Estrela), evitando zonas calcárias e linhas de água contaminadas ou com dureza elevada.
Pode ainda ser encontrada em bosques caducifólios, eucaliptais, tojais e locais rochosos praticamente sem vegetação, junto de linha de água.
Biologia:
Espécie de hábitos crepusculares e nocturnos, embora possa apresentar actividade diurna durante os dias chuvosos ou nublados. A salamandra-lusitânica suspende a actividade durante o Verão, devido às elevadas temperaturas e baixa humidade do ar, e durante os meses de Inverno, devido às baixas temperaturas.
Reprodução:
A época de reprodução pode variar consoante a região em que se encontra, mas em Portugal parece ocorrer no período compreendido entre Maio e Novembro.
O acasalamento acontece após um complexo comportamento de cortejamento em terra ou em águas pouco profundas. Após o amplexo com o macho, a fêmea deposita entre 12 a 20 ovos num local húmido e protegido. A eclosão ocorre seis a nove semanas após a postura. Para se reproduzirem as Salamandras-lusitânicas, reúnem-se em locais específicos (como por exemplo as minas concavidades naturais nas margens dos cursos de água, debaixo de pedras ligeiramente submersas), caracterizadas por terem paredes rochosas com elevada inclinação, ou mesmo verticais, com elevada humidade e água corrente e limpa, temperatura mais ou menos constante. Os recentes estudos apontam para que as Salamandra-lusitânicas sejam fiéis aos locais de reprodução.
Alimentação:
A alimentação dos adultos é constituída basicamente por insectos, aracnídeos e moluscos de pequenas dimensões. As larvas alimentam-se essencialmente de pequeníssimos insectos aquáticos, moluscos e crustáceos.
Longevidade:
A sua longevidade máxima no meio natural é de 8-10 anos, e atingem a maturidade sexual aos 4 anos de idade.
Curiosidades:
A Chioglossa lusitanica é a única salamandra que tem uma cauda com uma secção circular. Os principais predadores são cobras-de-água, lontras e grandes sapos, enquanto que as larvas são consumidas por cobras-de-água, larvas de libélula e escaravelhos aquáticos.
Ameaças:
A substituição de bosques Atlânticos, por espécies florestais introduzidas limita a distribuição da espécie. A deterioração de habitat pela derivação de água para sistemas de irrigação pode afectar substancialmente esta espécie, assim com a utilização de pesticidas.
Medidas de conservação:
Manter a disponibilidade e qualidade das linhas de água e da vegetação ribeirinha que constituem o seu habitat, manutenção dos locais de reprodução.
Estatuto de conservação:
Espécie endémica da Península Ibérica e único representante do seu género, a nível internacional (IUCN) a Salamandra-Lusitânica encontra-se classificada como “Vulnerável” (VU), bem como em Portugal (LVVP). Faz parte do anexo II da Convenção de Berna e dos anexos BII e B-IV da Directiva Aves/Habitats (DL 140/99 de 24 de Abril).
Referências e Sites:
Cabral MJ (coord.), Almeida J, Almeida PR, Dellinger T, Ferrand de Almeida N, Oliveira ME, Palmeirim JM, Queiroz AI, Rogado L & Santos-Reis M (eds.) (2005). Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Instituto da Conservação da Natureza. Lisboa. 660 pp.
Ferrand de Almeida, N; Ferrand de Almeida, P; Gonçalves, H; Sequeira,F; Teixeira, J & F, Ferrand de Almeida. 2001. Guia FAPAS dos Anfíbios e Répteis de Portugal. FAPAS e Câmara Municipal do Porto. Porto. 249 pp.
Loureiro A, Ferrand de Almeida N, Carretero MA & Paulo OS (eds.) (2008). Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal. Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Lisboa. 275 pp.
Arntzen, J.W., Bosch, J., Denoël, M., Tejedo, M., Edgar, P., Lizana, M., Martínez-Solano, I., Salvador, A., García-París, M., Gil, E.R., Sá-Sousa, P. e Marquez, R. (2008): Chioglossa lusitanica. In: IUCN 2010. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2010.1.
Teixeira, J., Sequeira, F., Alexandrino, J. e Ferrand, N. (1998). Bases para a Conservação da Salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica). Instituto da Conservação da Natureza, Lisboa
2 comentários:
lol
Bem eu toou a fazer um trabalho para A.P e este site me ajudou bastante por isso PARABÉNS minha SENHORA NÃO É MINHA MAS PRONTO!!!!!!
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