domingo, 15 de fevereiro de 2015
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Apontamentos sobre ecolocalização
De
uma forma muito generalista a ecolocalização dos morcegos consiste na emissão
de sons (pela boca e/ou nariz) e na interpretação do eco que é provocado pelas
estruturas existente na sua envolvente. Todas as nossas espécies utilizam a
ecolocalização para navegar, caçar e socializar. Cada uma das espécies possui
características acústicas particulares induzidas pela sua fisionomia e
determinantes para a sua biologia.
A evolução da frequência do sinal
(nas ordenadas) em função do tempo (nas abcissas), permite observar a estrutura
dos pulsos, que é uma das caracteristica para destinguir espécie géneros ou
grupos de espécies.
Estrutura do pulso
Os
nossos morcegos emitem ultrassom entre os 10 e 150kHz e cada espécie utiliza
uma gana de frequência específica, de um modo geral, quanto mais pequena é a
espécie mais agudos são as vocalizações e quanto maior for a espécie mais
graves são as vocalizações.
O
ambiente envolvente e comportamento dos morcegos induzem igualmente variações
de frequências dentro de cada uma das espécies. Geralmente quanto mais aberto for
o espaço (mais longe estiverem os objetos) mais baixa é a frequência dos pulsos
(vocalizações) e menor é a largura da banda (diferença entre a frequência
máxima e mínima) e inversamente em espaços fechados.
A
intensidade da emissão de um pulso (“volume”) é proporcional ao tamanho dos
indivíduos e varia entre 120 e 133dB, este fator é o responsável pela
distância de propagação do som e consequentemente influência a distância de
deteção das diferentes espécies por um detetor de ultrassons.
Os
nossos morcegos emitem em média um pulso (vocalização) a cada batimento de asa,
que pode varia de 1 a 25 vocalizações por segundo! Este ritmo vária em função
do comportamento e da distância de "observação" (ecolocalizar) de cada indivíduo, quanto mais
perto estiver um morcego de um objeto, mais aumenta o ritmo de emissão dos
pulsos e a menor é a duração dos pulsos.
Ouvir os ultrassons através de material especializado (detetores de ultrassons) permite detetar imediatamente a presença de morcegos, contudo a detetabilidade das espécies não é homogénea, com efeito, a atenuação do som no ar é proporcional a sua frequência. Assim, a distância de deteção de um morcego depende da espécie.
Ouvir os ultrassons através de material especializado (detetores de ultrassons) permite detetar imediatamente a presença de morcegos, contudo a detetabilidade das espécies não é homogénea, com efeito, a atenuação do som no ar é proporcional a sua frequência. Assim, a distância de deteção de um morcego depende da espécie.
Distância indicativa de deteção das diferentes
espécies através de um detetor de ultrassons
sábado, 17 de janeiro de 2015
Leucismo em aves
As alterações da
coloração das penas nas aves silvestres não são frequentes em aves selvagens,
contudo, estão referenciadas muitíssimas espécies com este tipo de anomalia. A
maioria destas anomalias são causadas por uma mutação genética, embora estejam
reconhecidas outras causas que podem provocar este tipo de anomalias, como deficiências
alimentares ou descoloração provocada pela luz. Existem vários tipos de anomalias
genéticas que podem provocar alterações na cor da plumagem, entre as quais o
albinismo, leucismo, esquizocroísmo e
melanismo.
O leucismo caracteriza-se pela falta total ou parcial de pigmentos (melania)
na plumagem resultante de uma condição genética que afeta a transferência e
acumulação de pigmentos nas células das penas das aves. As aves com leucismo
apresentam penas sem cor (brancas) em qualquer parte do corpo, podem ser
observados indivíduos com diferentes percentagens de penas brancas (leucismo
parcial) ou indivíduos totalmente brancos (leucismo total).
O grau de leucismo
é condicionado pelo “timming” da mutação durante a embriogénese, ou seja,
quanto mais cedo acontecer esta mutação maior será a percentagem de leucismo.
Contrariamente ao
leucismo que é provocado geneticamente pela falta transferência e acumulação de melanina (embora haja produção), o
albinismo é provocado geneticamente pela mutação de genes que codificam as
enzimas produtoras de melanina (não há produção), resultando na ausência congénita de melanina em todo o corpo,
nomeadamente nas penas, olhos e pele.
A diferença das aves
albinas e as com leucismo, é que estas últimas apresentam pigmentação “normal”
nos olhos e pele, assim como uma capacidade de visão normal pelo que tendem a
viver mais que as com albinismo.
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
Migração das Aves 2014
![]() |
Andorinha-dáurica Cecropis daurica |
Tal
como no ano de 2013, durante o ano passado, fui registando as datas das primeiras
observações de cada uma das espécies migradoras que fui detectando no campo.
![]() |
Águia-cobreira Circaetus gallicus |
Com uma nova época de chegadas aí à porta, deixo-vos uma tabela com as datas e as localizações das primeiras observações de cada uma das espécies no ano de 2014.
![]() |
Andorinha-dos-beirais Delichon urbicum |
Apesar de não se poder desenhar qualquer conclusão, já que as observações são
recolhidas casualmente e dependem em grande medida do acaso, tentei comparar as
datas dos primeiros registos de 2014 com as de 2013 apenas por curiosidade. Os
resultados estão na coluna “Diferenças 2013-2014” e os valores indicam o número
de dias de diferença entre os dois anos, valores positivos indicam que a
espécie foi registada mais tarde e valores negativos indicam que a espécie foi
registada mais cedo.
Nome comum
|
Nome
científico
|
1ª Obs. 2013
|
1ª Obs. 2014
|
Localidade
(concelho)
|
Dif.
2013-2014
|
Andorinha-dos-beirais
|
Delichon urbicum
|
4-fev
|
9-mar
|
Freixo de Espada à Cinta
|
35
|
Águia-cobreira
|
Circaetus gallicus
|
15-fev
|
12-mar
|
Guarda
|
27
|
Cegonha-preta
|
Ciconia nigra
|
21-fev
|
7-mar
|
Mogadouro
|
16
|
Andorinha-das-chaminés
|
Hirundo rustica
|
1-mar
|
5-mar
|
São João da Pesqueira
|
4
|
Milhafre-preto
|
Milvus migrans
|
13-mar
|
11-mar
|
Freixo de Espada à Cinta
|
-2
|
Britango
|
Neophron percnopterus
|
14-mar
|
18-fev
|
Mogadouro
|
-26
|
Andorinha-dáurica
|
Cecropis daurica
|
16-mar
|
13-mar
|
Guarda
|
-3
|
Cuco-canoro
|
Cuculus canorus
|
19-mar
|
13-mar
|
Guarda
|
-6
|
Tartaranhão-caçador
|
Circus pygargus
|
20-mar
|
21-mar
|
Évora
|
1
|
Papa-amoras-comum
|
Sylvia communis
|
21-mar
|
29-abr
|
Guarda
|
38
|
Andorinhão-preto
|
Apus apus
|
24-mar
|
26-mar
|
Évora
|
2
|
Andorinhão-pálido
|
Apus pallidus
|
24-mar
|
27-mar
|
Évora
|
3
|
Mocho-pequeno-d’orelhas
|
Otus scops
|
3-abr
|
8-mar
|
Freixo de Espada à Cinta
|
-25
|
Codorniz
|
Coturnix coturnix
|
4-abr
|
8-mar
|
Freixo de Espada à Cinta
|
-26
|
Águia-calçada
|
Aquila pennata
|
6-abr
|
26-mar
|
Évora
|
-10
|
Abelharuco
|
Merops apiaster
|
7-abr
|
8-abr
|
Monforte
|
1
|
Toutinegra-carrasqueira
|
Sylvia cantillans
|
11-abr
|
24-mar
|
Monforte
|
-17
|
Papa-figos
|
Oriolus oriolus
|
16-abr
|
19-abr
|
Évora
|
3
|
Andorinhão-real
|
Apus melba
|
16-abr
|
7-mar
|
Mogadouro
|
-39
|
Rouxinol-comum
|
Luscinia megarhynchos
|
17-abr
|
12-abr
|
Monforte
|
-5
|
Chasco-ruivo
|
Oenanthe hispanica
|
17-abr
|
20-mai
|
Freixo de Espada à Cinta
|
33
|
Picanço-barreteiro
|
Lanius senator
|
17-abr
|
26-mar
|
Évora
|
-21
|
Torcicolo
|
Jynx torquilla
|
18-abr
|
-
|
-
|
|
Sombria
|
Emberiza hortulana
|
21-abr
|
28-abr
|
Guarda
|
7
|
Cuco-rabilongo
|
Clamator glandarius
|
22-abr
|
24-mar
|
Monforte
|
-28
|
Chasco-cinzento
|
Oenanthe oenanthe
|
22-abr
|
29-mar
|
Monforte
|
-23
|
Peneireiro-das-torres
|
Falco naumanni
|
26-abr
|
10-abr
|
Évora
|
-16
|
Rolieiro
|
Coracias garrulus
|
26-abr
|
18-abr
|
Monforte
|
-8
|
Rola-brava
|
Streptopelia turtur
|
8-mai
|
13-mai
|
Seia
|
5
|
Felosa de Bonelli
|
Phylloscopus bonelli
|
11-mai
|
2-abr
|
São João da Pesqueira
|
-39
|
Felosa-poliglota
|
Hippolais polyglotta
|
18-mai
|
17-abr
|
Cuba
|
-31
|
Bútio-vespeiro
|
Pernis apivorus
|
20-mai
|
8-abr
|
Monforte
|
-42
|
Petinha-dos-campos
|
Anthus campestris
|
-
|
24-mar
|
Monforte
|
|
Perdiz-do-mar
|
Glareola pratincola
|
-
|
23-abr
|
Cuba
|
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