sábado, 24 de outubro de 2015

WebSIG III

Após mais um ano de recolha de informação, o Sistema de Informação Geográfico em plataforma Web (WebSIG) do nosso bolg está cada vez mais composto. Neste momento contamos com mais de 3000 observações distribuídas por 120 quadrículas 10X10Km e já contamos com informação para todas as 25 espécies de morcegos ocorrentes no nosso Território Continental.
O principal objetivo deste WebSIG é permitir aos nossos leitores mais interessados neste grupo faunístico, ter um acesso rápido e fácil à informação, assim como oferecer um sistema de mapas dinâmicos e funcionais para navegar e consultar sobre a distribuição das diferentes espécies por nós registadas.

Para isso basta selecionarem a espécie através do “scroll” que está de baixo da entrada “Mapa de Observações de Morcegos” na barra lateral deste Blog.

Morcego-de-ferradura-grande (Rhinolophus ferrumequinum)

Morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hipposideros)

Morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale)

Morcego-de-ferradura-mourisco (Rhinolophus mehelyi)

Morcego-de-bechsteini (Myotis bechsteinii)

Morcego-rato-grande (Myotis myotis)

Morcego-rato-pequeno (Myotis blythii)

Morcego-de-franja-do-norte (Myotis escalerai)

Morcego-lanudo (Myotis emarginatus)

Morcego-de-bigodes (Myotis mystacinus)

Morcego-de-água (Myotis daubentonii)

Morcego-anão (Pipistrellus pipistrellus)

Morcego-de-kuhl (Pipistrellus kuhlii)

Morcego-pigmeu (Pipistrellus pygmaeus)

Morcego-de-savi (Hypsugo savii)

Morcego-arborícola-pequeno (Nyctalus leisleri)

Morcego-arborícola-grando (Nyctalus noctula)

Morcego-arborícola-gigante (Nyctalus lasiopterus)

Morcego-hortelão-escuro (Eptesicus serotinus)

Morcego-hortelão-claro (Eptesicus isabelinus)

Morcego-negro (Barbastella barbastellus)

Morcego-orelhudo-castanho (Plecotus auritus)

Morcego-orelhudo-cinzento (Plecotus austriacus)

Morcego-de-peluche (Miniopterus schreibersii)

Morcego-rabudo (Tadarida teniotis)


domingo, 11 de outubro de 2015

Reprodução do cágado-mediterrânico (Mauremys leprosa)

Resto de uma postura de Mauremys leprosa 

As fêmeas de cágado-mediterrânico (Mauremys leprosageralmente atingem a maturidade sexual entre os 10-15 anos de idade enquanto que os machos amadurecem sexualmente mais cedo, em torno dos 8-12 anos e em estado natural, a longevidade desta espécie é de 50 anos, podendo em alguns caso atingir os 100 anos de idade. O acasalamento desta espécie ocorre normalmente na primavera, e as posturas são realizadas a partir do final de maio até meados de julho. Para realizar as posturas, as fêmeas procuram um local adequado, geralmente com o solo seco, vegetação escassa e uma exposição predominantemente a sul. Após encontrar o local ideal a fêmea escava durante 30 a 90 minutos um buraco no solo onde durante a noite depositará os seus ovos, o solo do fundo do buraco que normalmente é de 10-15 cm de largura e 5-10 cm de profundidade, é suavizado com terra remexida e impregnada de urina. Após este ritual de escavação e preparação do local, deposita entre 3 e 13 ovos com 28-38 X 16-21 mm de tamanho. Após a postura o buraco é preenchido com terra molhada e vegetação, de modo a proporcionar o arejamento e humidade aos ovos, após 90-130 dias (dependendo da temperatura ambiente) as crias de Mauremys leprosa eclodem.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Myotis escalerai Vs Myotis spA


Na Península Ibérica ocorrem exemplares de duas (Myotis escalerai e spA) das quatro linhagens (Myotis nattereri, escalerai, spA e spB) do complexo críptico Myotis nattereri. O Myotis escalerai está presente em toda a península, enquanto que o Myotis spA está limitado a áreas Setentrionais até ao Norte da Extremadura pelo Ocidente até á Catalunha na costa Oriental.
Embora a identificação genética seja simples e inequívoca, morfologicamente distinguir estas duas espécies requere uma observação atenta de certas características, nomeadamente a franja de pelos na margem do uropatágio e a posição e ângulo de inserção do patágio na pata.

Pormenor da franja de pelos do Myotis escalerai

Pormenor da franja de pelos do Myotis spA

A franja de pelos ventrais interna nos Myotis escalerai apresenta pelos mais longos, mais densos e maioritariamente direcionados para o corpo do animal e o patágio insere-se no tornozelo com um forma circular enquanto que no spA o patágio insere-se na base do dedo formando um ângulo reto.

Pormenor da inserção do patágio na pata do Myotis escalerai

Pormenor da inserção do patágio na pata do Myotis spA


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Morcegos em casa. E agora?

O Verão é uma época em que é frequente encontrarmos morcegos dentro de casa. Assim sendo damos algumas explicações e indicações para ajudar a resolver este tipo de situações.

Primeiramente é importante salientar que há várias espécies de morcegos que se abrigam em nossa casa, maioritariamente no exterior (telhados, fissuras e buracos das paredes)  ou geralmente em divisões pouco (ou nunca) usadas (sótãos e caves). Não é um hábito destes animais entrar para caçar ou abrigar-se em divisões que sejam constantemente a ser usadas pelo homem, um vez que se sentem expostos nessas situações.

Quando um morcego entra numa divisão diariamente ocupada de uma casa habitada, fá-lo por acidente, ou porque foi em perseguição de insetos atraídos pela luz, ou porque se abrigou numa estrutura com acesso ao exterior (caixilho da janela, ou chaminé) e quando tentou sair para a rua fê-lo no sentido errado, ou por distração e falta de experiência que será a causa mais comum nesta época.
Este último caso acontece frequentemente quando os juvenis estão a sair do abrigo e a aprender a voar, essencialmente entre Julho Setembro/Outubro. Como os indivíduos novos não têm muita experiência e resistência, andam um pouco “às aranhas” e acabem por entrar por uma janela ou porta aberta e como não dão com a saída, ficam a voar dentro da divisão, ou pousam em algum lugar (incluindo o chão).

Quando isso acontece a melhor coisa a fazer é fechar as portas para as outras divisões para impedir que eles se percam dentro de casa, abrir as janelas, apagar a luz e deixar o morcego sozinho para ele não ter medo e poder sair do local onde está e ir par ao exterior. Passados alguns minutos é só verificar se ele ainda está dentro da divisão, e se estiver, repetir o processo. Isto poderá ir de alguns minutos a várias horas, mas geralmente não demora mais do que alguns minutos.

No caso de mesmo assim ele não sair, porque poderá estar ferido ou doente é importante antes de mais, lembrar que para capturar e manusear morcegos é necessário uma autorização específica do ICNF, pelo que o mais correto é ligar para o ICNF ou SEPNA (GNR). Se for necessário pegar-lhe ou manuseá-lo, deve ser usada uma luva de couro ou borracha e para o libertar deve ser colocado no exterior, num sítio alto (tronco de árvore ou muro).

Uma nota muito importante, nunca pegar num morcego que esteja pousado no chão ou num sítio acessível e exposto. Um dos sintomas da Raiva é desorientação, e esse morcego pode estar contaminado, razão pela qual está parado num local tão desabrigado.

Outra das situações com que já me deparei, é o morcego ir abrigar-se numa divisão ocupada para passar o dia (dormir). Isto pode acontecer porque algumas espécies não passam os dias no mesmo abrigo todas as noites, e como é costume de verão termos as janelas de casa abertas durante a noite, os morcegos que vão a passar, acham que a nossa casa dará um bom abrigo de emergência, embora eles consigam perceber que a casa está ocupada por humanos (pelo odor por exemplo), nesse caso é proceder do mesmo modo devem fechar-se todas as janelas e portas dessa divisão (deixando o morcego sossegado), que deverão ser abertas ao início da noite, altura em que ele procura sair para a rua.


Se detetarem um abrigo de alguma colónia de morcegos em vossa casa e se quiserem ‘livrar’ dele, não os matem. Todas as espécies de morcegos são protegidas por lei, pelo que o melhor é contactar o ICNF ou o SEPNA para resolver a situação da melhor maneira possível. A Natureza agradece e nós também pois os morcegos prestam-nos um grande serviço ambiental.

As espécies que mais frequentemente entram nas casas pertencem aos géneros Pipistrellus sp. e Rhinolophus sp.


Morcego de Kuhl (Pipistrellus kuhlii)




Morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hipposiderus)

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Chamamentos sociais dos pipistrellus

Os morcegos, além de emitirem constantemente sons de ecolocalização, também produzem outros tipos de sons, entre os quais sons de caça designados de “feeding buzz” e sons de socialização designados de “social calls”.
Os chamamentos sociais são sons complexos, que normalmente são emitidos dentro dos abrigos durante o dia, contudo, também podem ser emitidos em voo durante a noite em área de alimentação ou passagem ou quando estão a repousar. A finalidade destes chamamentos é muito diversa e a ainda não esta totalmente compreendida, mas podem representar comunicação entre jovens e adultos, cortejamento, marcação de território ou simplesmente vocalizações agnósticas.
Tendo em conta a especificidade das vocalizações das diferentes espécies de pipistrellus que ocorrem no nosso território (P. kuhlii, P. pipistrellus e P. pygmaeus) a sua identificação pode ser condicionada pela sobreposição de frequências de emissão.
Limites mínimos e máximos da frequência máxima de emergia (FMaxE)  dos pulsos de navegação dos 3 pipistrellus.

A presença de chamamentos pode ajudar na identificação das espécies com mais segurança. Assim se tivermos um chamamento constituído por dois a cinco pulsos com FMaxE entre 14 e 17kHz e uma frequência final inferior a 13kHz, estaremos muito provavelmente na presença de um Pipistrellus kuhlii.

A confirmação de Pipistrellus pipistrellus poderá ser muito provável pela identificação de chamamentos sociais constituídos por dois a cinco pulsos com FMaxE entre 17 e 20kHz e uma frequência inicial situada entre 24 e 34kHz.


Já no caso do Pipistrellus pygmaeus, a presença de chamamentos sociais constituídos por dois a cinco pulsos com FMaxE entre 19 e 22kHz e uma Frequência inicial superior a 34kHz, poderá confirmar a sua identificação com alguma segurança.
È claro que, como em tudo na natureza, nada é exato e há sempre aqueles decidem fazer coisas fora do normal e estranhas só para nos chatearem…

sábado, 1 de agosto de 2015

Branco & preto com pinceladas de vermelho



A Cegonha-preta (Ciconia nigra) é uma ave Ciconiiforme da família das cegonhas com uma envergadura de 170-205 cm. De fácil identificação, os adultos têm todas as partes superiores, cabeça e pescoço preto, com reflexos esverdeados, as partes inferiores são brancas e as suas patas e bico vermelhos. É uma espécie monotípica que se distribui mundialmente por três grandes núcleos, Europa, Asia e África Austral, sendo que as aves que nidificam na Europa hibernam na África subsariana e Médio Oriente. Em Portugal, existem cerca de 100 casais, um número bastante reduzido de indivíduos. A espécie tem o estatuto de Vulnerável e não Criticamente em Perigo (Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal), por se admitir a possibilidade de imigração de regiões vizinhas.


Na época de reprodução esta espécie está muito associada a zonas arborizadas de sobro e azinho (predominantemente no centro e sul) e cursos de água com afloramentos rochosos (predominantemente no norte) com zonas propícias para a sua alimentação (área húmidas e/ou zonas calmas de ria com pouca profundidade), onde se alimenta preferencialmente de peixes, assim como de anfíbios, micromamíferos, répteis e crustáceos ou mesmo crias de aves que captura em ninhos.


Os seus ninhos são formados por grandes estruturas de ramos, reforçados com lama e ervas que são revestidos interiormente com musgos e ervas, que normalmente são utilizados em anos consecutivos, situados em afloramentos rochosos ou em árvores. As fêmeas podem por entre 2-6 ovos que são incubados durante 35-36 dias pelos dois progenitores, após nascerem e durante os 10-15 primeiros dias um dos progenitores permanece constantemente no ninho com a s jovens crias e ao fim de mais ou menos 70 dias tornam-se jovens voadores.


As suas principais ameaças são a degradação do seu habitat de nidificação provocado pela pressão urbanística, construção de infraestruturas (vias de comunicação, barragens, etc…), assim como a contaminação das águas, pressão piscatória, escalada, a própria observação de aves, atividade florestais, navegação fluvial e linhas elétricas.

P.S. Desculpem a qualidade das imagens, mas foram feitas a 120 m de distância.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Mamas & baby bats


Morcego-de-ferradura-pequeno fêmea mais a sua cria

As fêmeas de Morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hipposideros) dão á luz moralmente em finais de junho e início de julho, embora haja um desfasamento temporal nos partos de Sul para Norte (ocorrendo mais cedo no sul), estão sempre sincronizados com a disponibilidade máxima de alimento da zona ou região. As crias nascem com 1-2 gramas de peso e durante as primeiras 4 semanas de vida, estão completamente dependentes das suas progenitoras, que além de lhes proporcionarem alimento (leite) e cuidados higiénicos, são estas que os transportam durante este período inicial da sua vida. Depois deste período de dependência, as crias acompanham (já separadas das progenitoras) as fêmeas nas atividade noturnas durante mais duas ou três semanas e ao fim de mais ou menos dois meses após terem nascido, as crias são totalmente independentes.


Pequena colónia de criação de Morcego-de-ferradura-pequeno

domingo, 28 de junho de 2015

Pormenores: apontamento II

Mo seguimento deste post, deixo aqui outro pormenor.

Quando identificamos morcegos morfologicamente (e em muitos outros grupos faunísticos), as vezes, é necessário recorre-mos a pormenores. O caso dos Plecotus é um deles, quando se trata de um macho, umas das características que nos pode ajudar na sua identificação é a forma do seu pénis. O pénis dos Plecotus de uma forma geral é grosso e no caso do Plecotus austriacus, é arredondada no seu extremo (▲) em quanto que no Plecotus auritus é mais fino na extremidade (▼).
Pormenor do pénis de um Plecotus austriacus

domingo, 14 de junho de 2015

Quão grandes são os morcegos?


Para a generalidade das pessoas e em especial para quem se inicia a estudar este grupo faunístico, isto pode não ser uma pergunta fácil de responder. Contudo, quando estamos a identificar um morcego, esta é a primeira pergunta que devemos fazer “o morcego é grande, pequeno ou médio?”. De facto, muitas das espécies podem ser eliminadas pelo simples tamanho o que nos podem reduzir as possibilidades para um número substancialmente reduzido de espécies. Dentro das diferentes medições possíveis, o comprimento do antebraço é sem dúvida a medição mais eficaz para este objetivo, visto que outras medições como por exemplo o peso podem variar, quer sazonalmente (entre épocas fenológicas) quer ao longo da noite, visto que por noite os morcegos podem ingerir um peso substancial de insetos (que pode atingir o equivalente a metade do peso).

sábado, 30 de maio de 2015

The contribution of the Tyto alba feeding ecology to confirm bat species occurrence in north Portugal

Bat skull remains identified in Barn owl pellets collected from north of Portugal: a - Upper canine of the Western barbastelle (Barbastella barbastellus) with elongate section and flat inner surface with a sharply defined cingulum; b - lower mandible of the Grey long-eared bat (Plecotus austriacus) with a salience on the processus angularis in the posterior part; c - a depressed and the dorsal profile of the European free-tailed bat (Tadarida teniotis) is straight and almost horizontal. The arrows indicate the respective distinctive morphological details

The Barn owl (Tyto alba) is an opportunistic species which feeds mainly on small mammals but also on birds, bats, reptiles, amphibians, insects and fishes. With regard to bats, several studies in Europe suggest that this group constitutes a small portion of the Barn owl diet representing less than 1% of its prey items. Through the analysis of 2,934 Barn owl pellets, collected between 2006 and 2014 in 27 sites/nests located in north Portugal, the remains of six bats belonging to five species were identified in a total of 9,103 prey items identified: the Western barbastelle (Barbastella barbastellus), the Grey long-eared bat (Plecotus austriacus), the Brown long-eared bat (Plecotus auritus), the European free-tailed bat (Tadarida teniotis) and the Common pipistrelle (Pipistrellus pipistrellus). These findings are of great interest as they represent new data on the Brown longeared bat and European free-tailed bat distributions, and allow to confirm an historical record of the Western barbastelle in the region.
However, although the number of items found in Barn owl pellets is residual, the data collected for bats may represent very important contributions, particularly for rare species, such as Western barbastelle, or species classified with the conservationist status of “data deficiency”, as in the case of Western barbastelle, Brown long-eared bat and European free-tailed bat. This is of particular relevance, since even in the most recent Atlas of bats in Portugal the data on the distribution of some species remain very scarce and incomplete, especially for species like the Western barbastelle, which is confirmed only in about 10% of the total of 1,008 10X10km grid cells. Additionally, for bat species that are difficult or impossible to distinguish by acoustic methods, such as Brown long-eared bat, less than 2% of the referred grids were confirmed.


Those interested can read the full article here

domingo, 17 de maio de 2015

Dieta da cobra-de-água-viperina

A distribuição da cobra-de-água-viperina (Natrix maura) em Portugal é praticamente contínua e homogénea, e depende essencialmente da ocorrência de pontos de água. É uma espécie muito comum e localmente abundante. Distribui-se desde o nível do mar até aos 1650 m, não demonstrando preferência por nenhum estrato altitudinal.
A tanatose, a libertação de um odor nauseabundo, postura semelhante de víbora (expandindo a cabeça para adotar uma forma triangular), emissão de silvos e ameaçadas de morder, são os principais comportamentos de defesa quando ameaçadas. Estes comportamentos, em conjunto com o padrão dorsal em zigue-zague, estão na origem do seu nome comum (cobra-de-água-viperina), devido às parecenças com as víboras.

Exímia nadadora, raramente se afasta da água, podendo esporadicamente consumir outros répteis e micromamíferos ou invertebrados, a base principal da sua dieta é composta por peixes e anfíbios. Para a sua captura, desenvolveu um variado número de comportamentos predatórios (ex: emboscada, procura ativa ou iscagem com a própria língua, entre outros) que dependem do tipo e tamanho da presa, o meio aquático e o seu próprio tamanho.

O grande reportório de comportamento predatórios que esta espécie tem, deve-se principalmente à grande variabilidade de espécie de peixes e anfíbios que consome, que têm características muito diferentes (posições na coluna de água, velocidade de natação, tipo de agrupação, etc…) de entre os peixes ibéricos, a cobra-de-água-viperina, pode consumir espécie da família Blenniidae (Salaria fluviatilis), Centrarchidae (Lepomis gibbosus), Ciprinidae (Barbus bocagei, Barbus graellsii, Barbus haasi, Barbus sclateri, Carassius auratus, Chondrostoma miegii, Chondrostoma polylepis, Cyprinus carpio, Gobius gobius, Phoxinus phoxinus, Rutilus arcasii, Rutilus rutilus, Squalius cephalus), Cobitidae (Barbatula barbatula), Gasterosteidae (Gasterosteus aculeatus), Poecilidae (Gambusia affinis, Gambusia holbrooki) e Salmonidae (Salmo gairdneri, Salmo trutta) quanto aos anfíbios a sua dieta é também muito variada, incluindo a Pleurodeles waltl, Lissotriton boscai, Lissotriton helveticus, Triturus marmoratus, Salamandra salamandra, Alytes cisteransii, Alytes obstetricans, Bufo bufo, Epidalea calamita, Discoglossus galganoi, Pelobates cultripes, Rana iberica, Pelophylax perezi e Hyla arborea.

De relembrar que esta espécie é uma serpente aglifa, ou seja, não possui dentes inoculadores de veneno, não representando qualquer perigo para a espécie humana!

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Chave dicotómica de larvas de anfíbios

1a – Brânquias externas durante todo o período larvar. Larva com as quatro patas de tamanho semelhante ou com as patas anteriores (braços) maiores que as posteriores (pernas) nas primeiras fases do desenvolvimento larvar (2)
1b – Sem brânquias externas. Pernas surgem primeiro e são maiores que os braços (7)

2a – Início da membrana caudal próximo da base das pernas (3)
2b – Início da membrana caudal logo atrás da cabeça (4)

3a – Início da membrana caudal a meio das costas. Mancha clara na base e cada perna - Salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra)
3b – Membrana caudal apenas na cauda. Ausência de mancha clara na base de cada perna - Salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica)
Salamandra salamandra

4a – Dedos curtos, crista baixa, cor sem grandes manchas escuras (5)
4b – Dedos muito compridos e finos (exceto no final da fase larvar). Crista alta com manchas escuras, cor de fundo geralmente esverdeado - Tritão-marmorado (Triturus marmoratus)

Triturus marmoratus

5a – Dedos curtos, cabeça robusta, branquias muito desenvolvidas, crista baixa, cor sem grandes manchas escuras - Salamandra-dos-poços (Pleurodeles waltl)
5b – Larvas até 40 mm, sem as características anteriores (6)

6a – Risca escura passando pelas narinas e pelos olhos formando uma “mascarilha”, cauda estreitando progressivamente até à ponta sem formar um filamento na ponta - Tritão-palmado (Lissotriton helveticus)
6b – Sem risca escura formando “mascarilha”, membrana caudal apenas se torna estreita próxima da ponta, terminando num pequeno filamento - Tritão-de-ventre-laranja (Lissotriton boscai)
Lissotriton boscai

7a – Espiráculo situado no flanco esquerdo do corpo (8)
7b – Espiráculo na região ventral (15)

8a – Desenho da cauda composto por um denso reticulado de finas linhas escuras cruzadas. Duas fileiras longitudinais de pontos claros em cada lado do dorso - Sapinho-de-verrugas-verdes (Pelodytes punctatus / P. ibericus)
8b – Sem as características anteriores (9)

9a – Olhos situados em posição lateral, correspondendo à parte mais larga da cabeça. Membrana caudal inicia-se próximo dos olhos, muito desenvolvida e de ângulos muito convexos (10)
9b – Olhos situados em posição dorsal. Membrana caudal inicia-se próximo do início da cauda e de forma aproximada à do músculo (12)

10a – Larva grande (até 90 mm) com músculo da cauda simétrico e estrutura bucal com bico negro muito grande e com numerosas séries de dentículos - Sapo-de-unha-negra (Pelobates cultripes)
10b – Larva sem as características anteriores (11)

11a – Metade superior da região muscular da cauda com uma larga banda longitudinal escura ou com duas linhas escuras que se fundem no início – Rela (Hyla arborea)
11b - Metade superior da região muscular da cauda com duas linhas escuras finas, uma da região superior e outra na região central, separadas uma banda clara – Hyla meridional (Hyla meridionalis)
Hyla arborea

12a – Membrana dorsal começa no início da cauda é baixa e termina com ponta arredondada. Larva pequena (até 35 mm) escura ou negra (13)
12b – Larva até 70 mm. A cauda (quando intacta) representa mais de 2/3 do comprimento total. Membrana caudal inicia-se na parte final do tronco e tem a ponta afunilada (14)

13a – Distância entre olhos semelhante à largura da boca - Sapo-comum (Bufo bufo)
13b – Distância entre olhos maior que a largura da boca - Sapo-corredor (Epidalea calamita)

14a – Larva com coloração variável, (de castanho escuro a verde claro) com o ventre branco. Mancha escura na zona central do músculo da cauda, ponta da cauda comprida e afilada - Rã-verde (Pelophylax perezi)
14b – Larva frequentemente escura, nunca esverdeada. Ventre escuro e transparente, deixando ver os intestinos. Membrana caudal alta, com manchas claras. Habitats de água corrente - Rã-ibérica (Rana iberica)

15a – Larva esbelta de pequenas dimensões (até 35 mm) sem manchas contrastantes na membrana da cauda - Rã-de-focinho-pontiagudo (Discoglossus galganoi)
15b – Larva de tamanho médio-grande, geralmente com manchas contrastantes na membrana da cauda (16)

16a – Região muscular da cauda sem manchas ou com manchas muito pequenas - Sapo-parteiro-comum (Alytes obstetricans)

16b – Região muscular da cauda com duas manchas escuras paralelas que podem ou não tocar-se - Sapo-parteiro-ibérico (Alytes cisternasii)
Alytes cisternasii

Alytes obstetricans