segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Hazlo cuando puedas, que cuando quieras no podrás!



A minha última semana foi passada na companhia dos meus amigos Galegos (Roberto, Zéltia e Ledi), que já andam há mais de dois meses e meio consecutivos a capturar morcegos por Castela e Leão. 

 Roberto, Zéltia e Ledi lavando a loiça

A máxima desta equipa e a primeira coisa que transmitem aos que se juntam a eles (como eu ou os voluntários temporários, que esta semana foram a Sara e a Nerea) é: “dormir, comer y lavarte, hazlo cuando puedas, que cuando quieras no podrás”. O nosso dia-a-dia resumia-se a encontra locais propícios para montar as redes durante o dia e capturar durante a noite, as demais coisas faziam-se quando e onde se podia.

 Jantar nas Arribas do Douro, meia noite!

 Bom dia!

Um dia normal começava com a montagem das rede por volta das 20:30 e a captura prolongava-se até à 1:30 da manhã, depois de desmontar redes o “briefing” entre equipas sobre o resultado das capturas, observações de outros bichos e demais peripécias era sagrado (era sempre um momento de boa disposição), montar tenda e já eram 2:30-3:00 da manhã quando começávamos a dormir (quando a musica das festas das aldeias nos deixavam!).

Um raposinho sem vergonha

 Euplagia quadripunctaria


 Boom de efemerópteros no Rio Douro em Valladolid, um petisco para os morcegos!

Pacifastacus leniusculus

Acordávamos por volta das 10:00-11:00 e o pequeno-almoço era tomado depois da higiene e asseio pessoal que era feito umas vezes em rios (uns mais quente que outros, aí aquele de Gredos…bruuuuuuuuu), fontes, outras vezes na ausência de água era simplesmente adiado para mais tarde! Depois rumávamos para outro local e o almoço era feito entre as 16:00 e 18:00 onde se podia (nas escadas de uma casa desabitada, no passeio de uma estrada, á sombra de uns amieiros junto ao rio…).

 Os meninos a trabalhar!

 E a meninas a supervisionar!

Almoço à sombra de amieiros e freixos

A comunidade de Castela e Leão é a maior Comunidade Autónoma de Espanha e os seus 94.223 km², fazia com que nos tínhamos que deslocar bastante, algumas vezes centenas de km, embora isto fosse um inconveniente, era muito reconfortante ver a diversidade de paisagem que variou entre os azinhais, sobreirais, carvalhais e zimbrais típicos das Arribas do Douro, os castanheiros e carvalhos da Serra da Peña de Francia, as turfeiras da Serra de Gredos e os pinhais de pinheiro-manso do maciço central. Assim como a temperatura (principalmente a noturna) que variou entre os 25 das Arribas do Douro e os 0,5ºC da Serra de Gredos. 

Ao fundo a Serra de Gredos com um nevado (neve que perdura durante o verão)

 1600 metros de altitude, ao fundo o vale a amostrar

15 de Agosto, Serra de Gredos! 

 
 Estava frio mas resistimos!

Durantes esta semana de campo foi possível capturar 15 espécies (Myotis bechsteinii, M. blythii, M. spA, M. escalerai, M. daubentonii, Pipistrellus pipistrellus, P. kuhlii, P. pygmaeus, Hypsugo savii, Nyctalus leisleri, N. lasiopterus, Eptesicus serotinus, Plecotus auritus, P. austriacus, Miniopterus schreibersii) e ainda vimos Rhinolophus hipposideros e ouvimos quase todas as noites Tadarida teniotis.

 Um Pipis com uma coloração atípica!

 Plecotus austriacus

As meninas observando um Miniopterus schreibersii

Um Pipis que teimava em não voar!

Myotis blythii abrigado em uma ponte

Um Pipis a roer a rede!

Myotis bechsteinii

Ups, os teus dentes onde estão?

 Myotis bechsteinii fotogénico
Dedico este post ao Roberto, Zéltia e à Ledi pelo trabalho que têm desenvolvido e pela paixão que têm aos morcegos!

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Noitibós de Portugal




Podia aqui descrever os dois noitibós que temos em Portugal e diferenciar os seu cantos, mas como diz o ditado “mais vale uma imagem do que mil palavras” e se a imagem tiver som melhor!