sábado, 25 de março de 2017

Tempo de mudar de casa

Rede e dinâmica de uma colónia de Miniopterus schreibersii

Contrariamente às aves que fazem migrações de longa distância, as migrações dos morcegos são mais curtas e na sua maioria de âmbito regional, restringindo-se essencialmente a migrações entre os abrigos de hibernação, que oferecem condições propícias para hibernar (temperatura humidade) e os de criação, que por norma são mais ricos em recursos tróficos. Assim a localização dos abrigos não é definida pela sua localização (norte ou sul)., mas sim, pelas condições internas e a sua envolvente, deste modo podemos observar rotas de migração de várias direções.Um dos casos de migração regional mais bem estudados é o Miniopterus schreibersii, uma espécie tipicamente cavernícola e de voo rápido (50-60Km/h), a migração mais longa registada na Europa é de 550 Km e de 240 Km para Portugal. Esta espécie, no final do Inverno e início da Primavera, começa a realizar as suas migrações para os abrigos temporários e/ou satélites (também designados de abrigos equinociais) onde passam um curto tempo (2-15 dias), e de onde empreenderão viagem para os abrigos de criação. Estes abrigos satélites são abrigos, onde os recursos tróficos abundam e tem como principal objetivos, a recuperação da condição corporal perdida durante o período de hibernação e a segregação sexual da colónia, que nesta espécie é mais ou menos marcada espacial e temporalmente.
Colonia de Miniopterus schreibersii em hibernação

Os machos deixam os abrigos tendencialmente de mais tarde dos que as fêmeas. Alguns autores descrevem esta conduta como um comportamento adaptativo, tendo como objetivo reduzir a competição interespecífica pelos recursos alimentares na primavera, quando as necessidades energéticas são maiores para as fêmeas que se encontram prenhes, outros autores defendem que este comportamento se deve à necessidade das fêmeas em se deslocarem para abrigos mais quentes de modo a iniciarem o desenvolvimento embrionário mais rapidamente.
Macho de Miniopterus schreibersii anilhado 

sábado, 11 de março de 2017

Rola-bosta (Scarabaeus laticollis)



Os rola-bosta (Scarabaeus laticollis), são escaravelhos coleópteros que salimentam as suas larvas com excrementos. Após construir um túnel subterrâneo, estes engenhosos escaravelhos começam a formar uma bola de excremento, para tal, com a ajuda das patas traseiras e de marcha atrás vai rolando uma pequena quantidade de excremento e com a ajuda das patas dianteiras aplanadas e dentadas vai aumentando e dando-lhe forma perfeitamente circular. Esta forma circular tem apenas o propósito de facilitar o seu transporte até o seu túnel, após estarem dentro do túnel previamente feito, várias bolas de excremento são amassadas conjuntamente e então são formadas outras massas de excrementos, de forma ovoide, por forma a dificultar o seus transporte e roubo por outros rola-bosta.


Após a construção destas massas ovoides de excremento dentro dos tuneis, a fêmea introduz os seus ovos dentro destas massas de excrementos. A fermentação do excremento faz com que o interior destas massas aquecem alguns graus centígrados e mantenha as condições ótimas para a eclosões das larvar e proporcione alimento para a primeira fase da sua vida. Após terminarem como a disponibilidade alimentar dentro das massas de excrementos, as larvas sairão do seu interior e construirão os seus próprios túneis e alimentar-se-ão de raízes de modo a completarem a sua metamorfose. Quando emergirem á superfície já o farão como adultos e iniciar-se-á outro ciclo reprodutivo.